quarta-feira, 3 de março de 2021

Lago dos esqueletos vários ossos encontrado em um lago no Himalaia.


Em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, um guarda britânico foi responsável por encontrar um lago congelado peculiar no alto das montanhas do HIMALAIA, na Índia. Além da água congelada, o local guardava algo muito mais curioso: centenas de ossos de diferentes indivíduos.

O lago cheio de ossos ficou conhecido como Skeleton Lake (lago dos esqueletos, em tradução livre). Desde então, ele guarda um mistério que já perdura por décadas. Afinal, quem eram essas pessoas?

Foi em 2019 que um grupo de pesquisadores decidiu realizar um estudo aprofundado sobre a descoberta feita no Himalaia. Os resultados dessa pesquisa foram publicados na revista científica nature communications.

Lago dos esqueletos


A partir das primeiras análises de DNA realizadas nos ossos encontrados, foi possível identificar que as ossadas faziam parte de grupos genéticos diferentes, pertencendo a 300 a 800 pessoas. Uma informação curiosa também foi a de que os indivíduos morreram em diversos períodos da história.

Com a pesquisa, os cientistas destacaram que as ossadas derivavam de pelo menos três grupos genéticos distintos. O primeiro estava relacionado ao povo indiano, contando com 23 indivíduos que provavelmente não pertencem a um único grupo. 

Depois, um bando apresenta uma ancestralidade mais típica de grupos encontrados no sudeste asiático. Também temos os 14 indivíduos que aparentam ter ascendência direcionada às pessoas que habitavam o mediterrâneo oriental, como os gregos. Estes foram os que causaram mais polêmica na análise. 

Éadoain Harney, especialista da Universidade de Harvard e uma das pesquisadoras do estudo, explicou na época em que a pesquisa foi divulgada: “Ficamos extremamente surpresos com a genética dos esqueletos. A presença de indivíduos com ancestralidade tipicamente associada com o povo mediterrâneo sugere que o lago atraía visitantes de outras partes do mundo”.

No entanto, não existe nenhuma explicação histórica para o que essas pessoas estariam fazendo na região, tão distante de sua localidade natal. Em fevereiro deste ano, o antropólogo da Universidade de Princeton, Agustín Fuentes, e o pesquisador Dougla Preston realizaram um webnar onde debateram essa questão.

Para os cientistas, é possível que os indivíduos sejam de um grupo que não veio do Mediterrâneo oriental, mas que tinha ancestrais em comum com essas pessoas. Esse bando em questão inclusive tinha uma alimentação diferente dos outros indivíduos analisados.

O grupo relacionado aos indianos consumia alimentos derivados de grãos, cereais, vegetais, legumes e frutas variados. Já os que supostamente eram ascendentes do mediterrâneo tinham uma dieta com menos cereais, em contraste.

"Conforme sugerido pelo consumo de uma dieta predominantemente terrestre, em vez de marinha, eles podem ter vivido em um local do interior, eventualmente viajando e morrendo no Himalaia. Quer estivessem participando de uma peregrinação ou fossem atraídos por Roopkund Lago por outras razões, é um mistério”, explicaram os especialistas.


Não é possível afirmar com certeza o que aconteceu com aqueles indivíduos, que podem ter vindo de tão longe e morrido perto do lago. Por meio da pesquisa, foi possível perceber que muitos deles apresentavam fraturas no crânio, o que pode ter sido causado por um trauma contundente.

O que os pesquisadores podem fazer é apenas sugerir hipóteses para o que teria causado o óbito daqueles indivíduos — Douglas Preston inclusive afirma que está preparando uma nova investigação na região para tentar solucionar essa questão.

A principal tese é a de que eles foram atingidos por tempestades fortes, que poderiam incluir granizo, enquanto estavam na crista acima do lago. Muitos teriam morrido de hipotermia ou por exposição e caíram perto do lago ou rolando morro abaixo ou devido a pequenas avalanches que acontecem nas encostas.

“Por meio do uso de análises biomoleculares, como DNA antigo, reconstrução da dieta isotópica estável e datação por radiocarbono, descobrimos que a história do Lago Roopkund é mais complexa do que jamais imaginamos”, concluiu o coautor da pesquisa de 2019, David Reich, da Harvard Medical School.

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ALIENA MUNDI 

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