O piloto do avião condenado pode ter tentado deixar 'rastros falsos' e
ocultar a verdadeira trajetória do avião.
Exatamente o que aconteceu com o voo 370 da Malaysia Airlines depois
que ele decolou do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur em 8 de março de
2014 ainda é um dos mistérios mais duradouros da história da aviação.
Numerosas teorias surgiram ao longo dos anos, no entanto, parece cada vez mais
provável que o avião não tenha sofrido um acidente, mas tenha sido levado
intencionalmente para sua destruição por seu piloto por razões desconhecidas.
Agora, uma nova pesquisa do engenheiro aeroespacial Richard Godfrey - um dos
principais investigadores do mistério - sugere que o piloto fez de tudo para
evitar ser detectado.
"O piloto do MH370 geralmente evitava as rotas de voo oficiais a partir
das 18:00 UTC (2:00 AM AWST), mas usava waypoints para navegar em rotas de voo
não oficiais no Estreito de Malaca, ao redor de Sumatra e através do Oceano
Índico Meridional", disse ele.
"A rota do vôo segue a costa de Sumatra e voa perto do Aeroporto
de Banda Aceh."
"O piloto parece ter conhecimento das horas de operação dos radares Sabang
e Lhokseumawe e que em uma noite de fim de semana, em tempos de pouca tensão
internacional, os sistemas de radar não estariam funcionando."
Esses movimentos, no mínimo, provam que alguém definitivamente estava pilotando
o avião.
"O nível de detalhe no planejamento implica em uma mentalidade que
gostaria de ver este plano complexo executado de forma adequada até o
fim", acrescentou Godfrey.
Exatamente por que o piloto teria ido tão longe, no entanto, continua a ser um
mistério.
Em maio de 1999, uma garota de 14 anos foi parar numa delegacia
policial em Hong Kong. Ela alegou que, nas últimas semanas, não conseguia
dormir e que estava sendo constantemente atormentada pelo fantasma de
uma mulher que havia sido amarrada por fios elétricos e torturada até a morte.
De início, os policiais ignoraram o caso, achando se tratar de pesadelos
ou bobagens adolescentes. Eles não sabiam que aquele seria o crime mais bárbaro
que ouviriam em todas suas carreiras.
A vítima
A vida de Fan Man-Yee, de apenas 23 anos, foi sofrida antes mesmo
de seu trágico fim. Quando criança, ela foi abandonada por sua família e criada
em um orfanato local. Sem estabilidade familiar e muito frágil emocionalmente,
desenvolveu um vício em drogas, via na prostituição e em pequenos
delitos a maneira ideal de ganhar dinheiro para sustentar sua dependência.
Em 1997, a jovem começou a trabalhar como anfitriã em uma boate. Apesar
da luta incessante contra o vício, a recaída batia em sua porta. Em um desses
momentos de dificuldade, conheceu Chan Man-Lok, um cafetão e traficante
local que logo a recrutou para seus trabalhos.
Desesperada para alimentar sua compulsão por entorpecentes, Fan
Man-Yee roubou a carteira de Man-Lok e tentou fugir com quase 4
mil dólares. Aquele ato seria crucial para o fim de sua vida. Ele logo mandou
dois de seus capangas, Leung Shing-Cho e Leung Wai-Lun — a
procura da jovem, que foi sequestrada e levada para seu apartamento. Sua
intenção era forçá-la a se prostituir e pegar o dinheiro que ganharia como
pagamento pelo que lhe foi furtado. Em pouco tempo, o plano ficou fora de
controle.
O assassinato
Sob o efeito de fortes drogas, o cafetão e seus subordinados decidiram
que a prostituição forçada seria insuficiente para o pagamento da dívida, e
começaram a torturá-la. A garota foi amarrada e espancada por longas sessões de
martírio. Durante mais de um mês, ela foi submetida a vários horrores, das
maneiras mais perversas que a mente humana seria capaz de imaginar: queimaduras
na pele, longos períodos de estupro e até a ingestão forçada de fezes humanas.
Foi nessa parte da história que a garota de 14 anos conheceu Fan
Man. Ela se relacionava sexualmente com Chan, desfrutando de todo luxo e
estilo de vida que o traficante poderia lhe proporcionar. Em uma de suas
visitas ao apartamento, ela encontrou a jovem amarrada e, a convite dele, participou
de algumas agressões físicas.
Identificada com o pseudônimo de Ah Fong, a menina testemunhou os
mais macabros métodos de tortura, em um deles, Man-Lok chutou por
mais de 50 vezes a cabeça de Man-yee. Ao ser questionada por participar da
tortura, ela disse que “fez por diversão e que queria saber como seria a
sensação de machucar alguém”.
Depois de um mês sofrendo, a jovem finalmente pereceu. Os carrascos
dizem que a mulher havia morrido por uma overdose de metanfetamina que ela
própria administrava, embora muitos considerassem que os ferimentos foram o
real motivo de sua morte. Essa dúvida permanecerá eterna. Isso porque depois de
sua morte, os capangas carregaram o corpo para a banheira do apartamento e a
desmembraram com uma serra.
Algumas partes do cadáver foram cozinhadas para evitar a decomposição
natural e a emissão do cheiro podre da carne. Os restos foram descartados junto
com o lixo da casa. Sua cabeça, no entanto, foi mantida como troféu.
Depois de fervê-la no fogão - e supostamente usarem os mesmo utensílios
utilizados diariamente – eles costuraram seu crânio cozido em uma enorme
boneca.
Além disso, alguns dentes e vários órgãos de Fan Man foram
armazenados em um saco plástico.
O julgamento e as consequências
Em troca da proteção policial – o que só foi plausível pela idade da
jovem – Ah Fong testemunhou contra Chan Man-lok e seus
comparsas. Em busca de se livrar do fantasma que lhe assombrava, a jovem
detalhou todos os momentos de tortura que os três homens participaram. Ambos
foram condenados à prisão perpétua pelo crime, que ficou conhecido como o mais
bárbaro de Hong Kong.
“Nunca em Hong Kong nos últimos anos em um tribunal se ouviu falar da
tanta crueldade, depravação, insensibilidade, brutalidade, violência e
barbaridade”, foram com essas palavras que o juiz Peter Nguyen sentenciou o fim
dos três réus. “O público tem direito a proteção de pessoas como vocês”.
Em 1952, a cidade inglesa foi tomada por uma neblina escura
e tóxica que levou a morte quase 12 mil pessoas
Era 5 de dezembro de 1952 e Londres já se preparava para o final de ano em clima
de natal, contudo, um grande nevoeiro que cobriu toda a cidade
surpreendeu os londrinos naquele dia. Ninguém sabia a causa daquele evento, no
entanto, 60 anos depois, uma equipe de químicos de todo o mundo revelou que
aquela névoa era letal, e começou devido um desastre de poluição que ficou marcado na história
britânica.
De início, os cidadãos acreditaram que a névoa seria como as
outras tantas que comumente fazem parte do cotidiano britânico. Porém, ao
anoitecer, o ambiente começou a ficar estranho. O céu ficou amarelado e a cidade toda foi tomada por um
cheiro de 'ovo podre'.
Para a preocupação de todos, esse clima não foi embora. No
dia seguinte, o céu amanheceu com uma cor esverdeada. O fedor de lixo tomava
conta da cidade. O tempo foi passando e a névoa densa só piorava: a
visibilidade estava cada vez mais difícil e respirar aquele ar podre se tornou
torturante. A situação era essa por longos cinco dias, até que em 9 de dezembro
aquele terror acabou.
No final, 150 mil pessoas foram hospitalizadas. Além
disso, estima-se que cerca de 12 mil pessoas, incluindo homens, mulheres e
crianças, vieram à falecer durante o período do nevoeiro que os expôs ao ar
extremamente poluído.
Esse evento catastrófico ficou conhecido como 'o grande
nevoeiro de Londres'. Na época ele foi atribuído ao carvão, porém por décadas
os detalhes que levaram a ocorrência dessa névoa tóxica permaneceram
indefinidos.
Essa fumaça surgia da queima de carvão para o aquecimento
doméstico, e por isso a neblina era vista como um fenômeno de inverno. A
eletricidade, também no pico do consumo, com as pessoas enfurnadas em casa,
vinha de termoelétricas movidas a carvão nas imediações da cidade.
No entanto, em 2016 uma equipe liderada por Renyi Zhang,
da Universidade Texas A&M, retomou os estudos sobre o fenômeno, que
esclarece os fatores que levaram ao Grande Nevoeiro, além da análise de outros
acidentes de poluição atmosférica.
O que causou esse horror?
O estudo foi publicado na Proceedings of the National Academies of
Sciences e foi feito através de medições atmosféricas em duas cidades propensas
à poluição (Xian e Pequim, ambas localizadas na China), e alguns experimentos laboratoriais.
Os cientistas revelaram que uma das características do
Grande Nevoeiro foi à presença de partículas de ácido sulfúrico (sulfato) no
ar, que causaram o tom amarelado e esverdeado no céu e também o odor fétido. A
inalação dessa substância também foi uma das principais causas de
hospitalização das pessoas.
Zhang e sua equipe atestaram que o sulfato pode se
acumular dentro das gotículas de água nas neblinas por causa de interações
químicas entre o dióxido de enxofre e o dióxido de nitrogênio. Esses elementos,
por sua vez, são liberados em razão da queima de carvão, ou pelos escapamentos
de automóveis.
“As pessoas já sabiam que o sulfato era um grande
contribuinte ao nevoeiro, e que as partículas de ácido sulfúrico eram formadas
pelo dióxido de enxofre liberado pela queima do carvão”, explicou Zhang. “Nossos
resultados mostraram que esse processo era facilitado pelo dióxido de
nitrogênio, outro coproduto da queima do carvão, e ocorreu inicialmente no
nevoeiro.”
Já o sulfato promove a formação de outras partículas,
incluindo nitrato e matéria orgânica, o que faz com que uma forte neblina se
forme. Desse modo, quando a água da neblina desaparece, ocorre uma concentração
do ácido que libera partículas corrosivas que se penetram em quaisquer
superfícies que entrem em contato, podendo se alojarem em prédios, cimentos,
estradas, e até pulmões de humanos e animais.
Portanto, essa combinação de reações químicas, e um clima
desfavorável, teria levado à formação do Grande Nevoeiro de Londres. Além
disso, a equipe de cientistas avaliou que as condições por trás desse episódio
podem ocorrer em outros lugares do mundo.