Ser uma das pessoas mais poderosas do planeta é mais perigoso do que se pode imaginar. Na última terça-feira (07-11-16) os Estados Unidos novamente escolheram quem vai ocupar a Casa Branca e, na história do país, o cargo chegou a custar a vida para alguns presidentes.
No último sábado, o candidato, e vencedor da eleição, republicano Donald Trump foi retirado às pressas de um palco por agentes do Serviço Secreto do país durante um comício na cidade de Reno, no estado de Nevada, após um alarme falso sobre uma suposta tentativa de ataque.
Trump estava discursando quando alguém na plateia gritou "arma, arma". Nesse momento, os agentes retiraram o candidato do palco. Após uma revista, não foi encontrado nenhum dispositivo, mas o suspeito foi detido. Ele protestava durante o evento e segurava uma placa com a frase: "Republicanos contra Trump".
Na história dos Estados Unidos, quatro foram assassinados enquanto exerciam suas funções presidenciais e outros quatro morreram por questões de saúde enquanto eram presidentes.
Além disso, nove deles sobreviveram a atentados. Trata-se de um ofício de alto risco.
Tempos violentos
Abraham Lincoln foi o primeiro presidente do Partido Republicano. Ele governou os EUA de março de 1861 a 14 de abril de 1865, quando levou um tiro na cabeça disparado por John Wilkes Booth, um segregacionista do sul do país.
Lincoln teve um importante papel na luta contra os segregacionistas do sul conhecidos como os Estados Confederados de América na Guerra Civil (1861-1865).
Apesar de a guerra ter se desenvolvido por vários fatores, como os modos de produção do norte, mais industrial, e do sul, mais agrário, o grande símbolo do confronto foi a disputa pela abolição da escravatura.
Lincoln fez do abolicionismo sua bandeira e conseguiu não separar os Estados Unidos.
E 16 anos depois do fim da guerra e do assassinato de Lincoln, outro presidente republicano foi alvo de tiros. James Garfield, que governou apenas entre 4 de março e 19 de setembro de 1881.
O responsável pelos disparos foi Charles Guiteau, um advogado desempregado que atirou duas vezes contra o governante. Há suspeitas de que o presidente havia lhe negado uma vaga de emprego e isso teria motivado o ataque.
Mas os tiros não tiraram a vida de James Garfield. Ele morreu porque, ao abrir uma das férias para encontrar a bala, os médicos provocaram uma infecção e hemorragias internas. Ele convalesceu por 10 semanas até falecer.
Matar William
O terceiro presidente assassinado na história dos Estados Unidos foi William McKinley, também republicano.
Ele governou entre 1897 e 1901 - em 1900 foi reeleito e ainda lhe restavam três anos de mandato. Mas em 5 de setembro de 1901, o anarquista Leon Czolgosz disparou uma arma contra ele no meio de uma exposição na cidade de Buffalo, Nova Iorque. McKinley chegou a sobreviver por alguns dias, mas os disparos atingiram órgãos vitais.
Czolgosz foi julgado e condenado. Durante o julgamento, ele admitiu que a intenção era mesmo matar o presidente e que ele não estava arrependido.
"Eu matei o presidente porque ele era um inimigo das pessoas boas, dos bons trabalhadores. Não sinto arrependido pelo crime", disse.
John Fitzgerald Kennedy
A data de 22 novembro de 1963 marca o assassinato de John Fitzgerald Kennedy.
A versão oficial atribui o crime ao franco-atirador Lee Harvey Oswald, que, por sua vez, foi assassinado dois dias depois de ser preso. Apesar disso, 50 anos depois, muitos questionam essa tese e defendem que não há certeza sobre os motivos do assassinato e que não se sabe ao certo quem teria disparado a arma que acabou tirando a vida do democrata.
JFK foi o 35º presidente dos Estados Unidos e o mandato começou em 20 de janeiro de 1961.
Ele estava no cargo e precisou superar um dos momentos mais tensos da Guerra Fria, lembrado como a "crise dos mísseis", de 1962.
Um ano antes, Kennedy autorizou a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, protagonizada por um grupo de exilados cubanos anticastristas.
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Os dois episódios alimentaram as numerosas teorias que existem sobre o assassinato de Kennedy. Entre as muitas hipóteses acumuladas em mais de cinco décadas, aparecem envolvidos nomes como Richard Nixon, Lyndon B. Johnson, a CIA, os cubanos anticastristas, a máfia e até o governo de Israel.
Pelo menos 15 livros foram escritos com investigações sobre o assassinato de JFK. Existem diversas teorias da conspiração falando da morte de Kennedy, sendo que algumas delas já foram publicadas aqui no blog Noite Sinistra, e podem ser acessadas clicando AQUI, AQUI e AQUI.
Os sobreviventes
Nove presidentes dos Estados Unidos tiveram mais sorte e sobreviveram a atentados.
Eles são: Andrew Jackson, em 1835; Theodore Roosevelt, em 1912; Franklin Delano Roosevelt, em 1945; e Harry Truman, em 1950. Além deles, Richard Nixon, em 1974, Gerald Ford (1975), Jimmy Carter (1979) e Ronald Reagan em 1981 - que chegou a ter o pulmão perfurado por uma bala em 30 de março daquele ano e sobreviveu graças a uma intervenção médica. O responsável pelos disparos, John Hinckley, afirmou que tentou matar Reagan para chamar a atenção da famosa atriz Judie Foster.
Causas naturais
Quatro presidentes sofreram com a saúde no exercício do cargo.
William Henry Harrison faleceu por problemas pulmonares em 1841, Zachary Taylor de uma complicação gastrointestinal aguda em 1850, Warren G. morreu após um infarto em 1923.
Franklin Delano Roosevelt sofreu uma hemorragia cerebral em 12 de abril de 1945. Horas antes de morrer, o então presidente alertou que sofria fortes dores de cabeça. Ele não chegou a ver o fim da Segunda Guerra Mundial, na qual teve um papel muito importante.