Até aqui, ok.
Só que eles não foram para São Paulo. Eles foram para Niterói.
Quando chegaram em Nikity, pararam em uma loja de componentes eletrônicos, que eram clientes, depois compraram uma água em um boteco...
De Jipe chegaram na entrada do Morro do Vintém. Hoje nem existe mais com esse nome. E subiram a pé.
Até aí nada demais.
A história ganharia outros contornos na manhã do dia 18 de agosto. O ano era 1966.
Um garoto que estava caçando passarinhos viu os corpos dos dois. Ficou desesperado. Avisou à um guarda, que oficialmente não foi ao local.
Dois dias depois, um outro garoto que estava procurando uma pipa bateu de frente já com os corpos em decomposição. Não havia sinais de violência. Os corpos estavam deitados, de costas no chão.
Tanto Manoel como Miguel estavam super arrumados, de terno. Capas de chuvas estavam ao lado. A garrafa de água estava vazia. Um copo improvisado e um par de óculos preto com uma aliança em uma das hastes chamavam atenção. Toalhas também faziam parte do cenário. Para completar, duas máscaras de chumbo, daquelas que usam contra radiação.
Nos bolsos, dinheiro, um bloquinho com anotações de códigos de referência para válvulas eletrônicas e um bilhete. Esse bilhete era sinistro.
16:30 Hs. Está (tsc) local determinado.
18:30 Hs. Ingerir cápsula após efeito, proteger metais aguardar sinal máscara".
A polícia foi chamada. A imprensa foi para lá. Curiosos subiram o morro. Não tinha um no Rio de Janeiro que não quisesse saber os detalhes do que tinha acontecido.
Por causa do estado avançado de putrefação, muitos exames não puderam ser realizados.
Nas rádios, nos jornais e nas delegacias de polícia, não paravam de chegar relatos e mais relatos de pessoas que viram um OVNI sobrevoar o morro na noite das mortes.
Relatos ricos de detalhes. Cores, formato, tempo de duração.
O gatilho estava feito.
Será que tinham conseguido um contato de terceiro grau? Era para isso que eles mentiram para as esposas? Por que eles estavam no alto do morro?
O tempo chuvoso levantou dúvidas: será que um raio caiu? Foi isso que matou?
Padre Quevedo, que ganhou fama desvendando casos paranormais, cravou que os dois estavam lá em um ritual de ocultismo. As máscaras de chumbo entregavam isso. Elas eram usadas para específicos rituais.
A polícia investigou se havia uma terceira pessoa envolvida e até chegou a prender um cidadão que tinha promovido experiências ocultas. Ele poderia ter levado os dois à morte.
Deu em nada.
Exumaram os corpos em 1967 e não encontraram nenhum vestígio. Em 1969, o caso foi arquivado pela Justiça Brasileira. Não havia provas.
E você, o que acha?
O CASO DAS MASCARAS DE CHUMBO