terça-feira, 11 de outubro de 2016

O misterioso Visitante de Van Meter


Um dos casos mais impressionantes para os amantes da criptozoologia aconteceu na cidade de Van Meter em 1903. Por várias noites do ano de 1903, o pequeno povoado de Van Meter, localizado em Iowa, EUA, foi aterrorizado por uma grande criatura parecida com um morcego proveniente de uma mina abandonada e cuja identidade desse misterioso monstro nunca foi descoberta. Passado mais de um século do suposto acontecimento, muita discussão e debate ainda acontecem em torno do caso.

O aparecimento da criatura trouxe consigo pânico e terror. Em uma demonstração inequívoca que evoca as sábias palavras de H.P. Lovecraft "nenhum medo é mais forte do que o medo do desconhecido", os moradores em pânico trataram de preventivamente encher a criatura de chumbo, antes que ela pudesse fazer algo. Afinal de contas, nada tão grande e assustador, poderia ser pacífico, certo? Ainda mais tendo um enorme chifre na testa que segundo as estórias emitia uma luz cegante.


 Essa fascinante estória, vem sendo pesquisada por um Caçador de Criptídeos, o autor Chad Lewis que passou dias acampando na entrada de uma velha mina de carvão desativada de onde, supostamente, a criatura saiu para espalhar o pânico em Van Meter 112 anos atrás.

Chad sobreviveu à missão. Ele não foi abduzido e nem atacado pela misteriosa criatura voadora, ao invés disso conseguiu coletar boas estórias para contar. Em sua passagem  por Van Meter, uma "pacífica" cidadezinha do estado americano de Iowa, ele desenterrou uma lenda que estava morrendo junto com os poucos cidadãos que ainda se recordavam dos acontecimentos ou que ouviram a narrativa da boca de pessoas que testemunharam os fatos.

A estória, conforme contada, oferece um vislumbre de como era a vida no interior dos Estados Unidos no início do século XX. Mostra como a superstição ainda vigorava nas pequenas comunidades da virada do século e como uma comunidade pode ser testada até os limites do medo quando confrontada com algo estranho, perturbador e inexplicável.

O incidente envolvendo a criatura que passou a ser conhecida como "O Visitante de Van Meter" acabou sendo redescoberto pela cidade que chegou a erguer um memorial a respeito do monstro e que vem lucrando com a vinda de outros visitantes, no caso turistas, atraídos pela lenda e dispostos a conhecer o lugar onde tudo aconteceu.

Mas o que realmente aconteceu naquele inesquecível outono de 1903 e até que ponto essas estórias podem ser levadas à sério?

O "Visitante" era uma enorme criatura de aspecto monstruoso, meio-homem/meio-morcego com imensas asas negras que o impulsionavam pelo ar a uma velocidade fantástica. Ele exalava um fortíssimo odor e quando alçava vôo, suas asas coreáceas faziam um barulho aterrorizante. Mais ainda, a criatura, que no início só era vista à noite - provavelmente porque morcegos são animais de hábitos noturnos, possuía uma espécie de chifre no alto da cabeça ou na testa, que emitia uma luz cegante.

Desenho do monstro de Van Meter de acordo com à descrição das testemunha

Essa criatura, semelhante a uma lendária hárpia ou a um gárgula de catedral, foi vista repetidas vezes em um curto espaço de tempo. Ela voava por sobre a cabeça das testemunhas em um mergulho assustador que parecia visar um ataque direto. Felizmente, ninguém chegou a ser ferido pelo monstro que teria no entanto, matado algumas ovelhas, carneiros, novilhos, vacas, cães, gatos e outros animais domésticos - a lista de animais mortos era tão vasta que nem vale a pena relatar todos.

Apesar de ninguém entender exatamente o que estava vendo, o visitante era claramente aos olhos da população uma ameaça. Era questão de tempo, todos concordavam, até ele atacar uma pessoa inocente, agarrá-la em seus braços e voar para os céus carregando-a para depois matá-la e devorá-la.

Com esse temor em mente, o povo de Van Meter tratou de se armar. As pessoas andavam armadas com espingardas, rifles e revolveres. O conselho da cidade emitiu uma ordem para que as pessoas só saíssem de suas casas após a noite, portando alguma arma de fogo, e na companhia de outras pessoas devidamente preparadas para um eventual encontro com o "visitante". Apesar de ser 1903, e armas não serem mais tão comuns em Iowa quanto eram no Oeste Selvagem, o mesmo Conselho garantiu o porte de armas e munições a qualquer um que temesse pela sua segurança.

Não demorou muito até que tiros fossem disparados. O primeiro a apertar o gatilho foi um fazendeiro chamado U.G. Griffith que afirmou ter visto um enorme vulto escuro saltando entre os telhados de sua casa e de seu celeiro. O Sr, Griffith disparou quatro cartuchos de munição e afirmou que sem sobra de dúvida acertou ao menos três deles diretamente. O monstro entretanto não pareceu sentir os disparos e simplesmente voou para longe. Na noite seguinte, o médico da cidade Frederick Hasler e um caixa de banco Peter Dunn, também se depararam com o monstro. Hasler pouco antes da meia noite e Dunn de madrugada. O médico tinha à mão uma espingarda de caça e disparou um tiro contra o que ele descreveu como "um enorme morcego humano cuja espécie a ciência desconhece por inteiro". O disparo foi certeiro em suas palavas, mas o monstro apesar de alvejado conseguiu saltar do telhado e ganhar altitude.

Dunn encontrou o monstro enquanto voltava para casa por uma estrada próxima. A criatura "passou por cima de sua cabeça" e por pouco não o atingiu diretamente. Ele tinha à mão uma espingarda calibre 12 que usou para alvejar o monstro e derrubá-lo do alto de uma árvore onde ele se embrenou em busca de proteção. Uma vez atingido, o monstro caiu no chão, mas apenas desorientado, ele ainda conseguiu levantar e correr para a floresta. Sabendo que as pessoas poderiam duvidar da estória, Dunn tratou de voltar em casa e apanhou gesso para fazer um molde das pegadas da criatura - "em forma de um pé com três grandes dedos".

A essa altura, a febre do tiro ao alvo, já havia dominado os moradores de Van Meter e as pessoas saíam à rua com o objetivo de caçar a criatura. Todos queriam ganhar seus 15 minutos de fama como o responsável por abater a besta alada, o que renderia uma manchete na gazeta local e uma recompensa de 10 dólares oferecida por um grupo de fazendeiros locais.

Um repórter do Iowa Tatler chamado Ben Jasperson conseguiu aquilo que ninguém havia sido capaz de obter: uma prova da existência do monstro! Ele ficou de guarda no alto do prédio mais alto da cidade, a prefeitura, aguardando pacientemente até a criatura surgir. No dia primeiro de outubro ele registrou com uma fotografia a aparição daquilo que ele descreveu como um monstro que circulou o prédio onde ele estava e foi pousar no alto de uma loja de material de construção. O dia estava amanhecendo e a criatura parecia tranquila e nada ameaçadora. Segundo Jasperson, o monstro era muito grande, com mais de dois metros e com asas com talvez o dobro disso em envergadura. Ele não foi capaz de ver detalhes, mas com as mãos trêmulas pressionou o obturador e conseguiu tirar a controversa fotografia que está no alto desse artigo.

 O mito sobre a criatura sobreviveu ao tempo, e inclusive existe uma menção no livro do centenário do povoado

Muitas pessoas ainda hoje discutem se a foto é verdadeira ou uma farsa. É um fato que as câmeras da época eram bem menos potentes do que as de hoje em dia, mas mesmo com a precariedade das lentes, é notável o que Jasperson conseguiu obter ao mirar sua máquina. Especialistas acreditam que a imagem possa ser real, mas que ela tão somente mostra alguém no teto do prédio, vestindo uma espécie de fantasia guarnecida de asas falsas. Verdadeira ou falsa, a imagem foi muito discutida e permanece como o único registro do "Visitante de Van Meter".

Graças à imagem, o pânico contagiou a cidade inteira e tornou o vilarejo famoso, atraindo a atenção de outros jornalistas vindos de Nova York e Chicago.

Na noite seguinte, R.G. Carter, um engenheiro com experiência militar, famoso por ser um ótimo atirador, acordou na madrugada com o som de alguma coisa mexendo no poste de telefone em frente à sua casa. Era a criatura, empoleirada no cabo. Ele preparou o rifle, mas quando enfim chegou na janela, o monstro havia desaparecido. White contou que o tiro seria fácil, já que ao redor da criatura havia um brilho que vinha de um longo chifre posicionado no topo de sua cabeça. Essa foi a primeira menção ao peculiar chifre que tornava o visitante ainda mais estranho.

O visitante deve ter se movido para o centro da cidade, já que foi avistada poucos minutos depois por Sidney Gregg, um vendedor que estava arrumando o estoque de material de sua loja. Gregg (é claro!) também estava armado com uma escopeta e teve tempo de fazer mira e disparar contra o monstro. "Ele saltou como um canguru!", explicou o vendedor que disparou mais oito vezes (!!!) tentando derrubar o monstro. Em meio ao ruído de tiro, outras pessoas foram para a rua - todas fortemente armadas, e começaram a disparar em qualquer sombra no céu noturno. Mataram vários pássaros, mas nenhum deles era grande, feio ou assustador o suficiente para ser chamado de monstro. A torre da igreja também foi alvejada e as janelas de duas casas próximas.

Na manhã seguinte, um professor e seus alunos do primeiro ano foram apavorados pelo avistamento do monstro voador que os perseguiu pelo pátio da escola dando rasantes ameaçadores. Felizmente um dos alunos (é serio!?) estava armado com uma espingarda e conseguiu escorraçar o monstro.

O pânico já havia se espalhado pela cidade e as pessoas estavam especialmente aterrorizadas depois que o monstro noturno havia sido visto em plena luz do dia. Um outro informe, feito por um fazendeiro, afirmava que o monstro teria se refugiado em uma velha mina de carvão, desativada poucos anos antes. Parecia fazer sentido, já que a mina oferecia um ambiente escuro, ideal para um morcego, ainda que ele fosse meio-homem.

Um grupo de cidadãos preocupados (e obviamente, fortemente armados!) formou um grupo de reconhecimento para vasculhar a mina. O Des Moines Daily News informou em uma reportagem em 3 de outubro de 1903 que o "aldaz grupo, formado por 18 homens, estava disposto a encarar o próprio diabo e sua horda de diabretes em batalha".

Surpreendentemente, o monstro de fato estava no interior da mina. E pior, estava acompanhado de três monstrinhos menores. Quando a criatura alçou voo tentando escapar pelo túnel que dava acesso a superfície, os "valorosos homens de Van Meter" apontaram suas armas e desancaram uma barragem de chumbo grosso que o derrubou. Os tiros foram tantos que as pessoas na cidade acharam que o mundo estava acabando - ou ao menos foi o que o repórter escreveu.

O monstro ainda tentou fugir, mas uma nova salva de tiros o atingiu diretamente. As versões menores da criatura foram abatidas por disparos igualmente concentrados e golpes de coronhadas, paus e pedras.

"No fim da caçada, não havia restado muito do monstro para ser apresentado, mas os caçadores pareciam satisfeitos por terem cumprido sua tarefa cívica."

Aqueles que participaram da caçada teriam encontrado o que parecia ser um ninho, onde estavam os restos de animais abduzidos das fazendas. Nesse covil, escondido nas profundezas de um túnel, o monstro teria se alojado. O grupo antes de sair ateou fogo a tudo para não restar dúvidas de que a ameaça tinha sido erradicada de uma vez por todas.

Lewis encontrou os jornais e artigos que mencionam esses acontecimentos e ficou impressionado com o fato de que os testemunhos vinham de homens proeminentes que juravam ter contado os fatos conforme aconteceram. "Não eram os bêbados da cidade, mas professores, médicos, comerciantes... pessoas acima de qualquer suspeita que não tinham por que inventar uma estória tão fantástica, apenas para ganhar fama."

Enquanto realizava a sua pesquisa, Lewis encontrou vários descendentes de pessoas que vivenciaram os acontecimentos, pessoas como a bibliotecária Jolena Walker, cujo avô participou do bando que teria matado o "visitante" na mina.

"Aquelas pessoas não queriam publicidade ou destaque!" disse Walker, "eles eram homens de respeito que temiam estar diante de algo inacreditável que poderia se tornar um risco para suas famílias e amigos".

Jolena relatou que seu avô falou apenas uma vez a respeito de sua experiência em 1903:

"Ele evitava falar a respeito daquilo. Dizia que não se orgulhava de ter participado da caçada, mas que era necessário abater o monstro antes que ele ferisse alguém. Talvez, o monstro fosse apenas um animal enorme, diferente de tudo que já vimos, mas meu avô sempre acreditou que aquela coisa era má. Ele não sabia explicar como ou porque, mas sabia que o "visitante" era algo perverso, talvez até diabólico". Certa vez, o pai de Jolena perguntou a respeito do acontecimento e o homem já com 70 anos, ficou contemplativo por um momento e então respondeu: "Eu sei que existe o bem e o mal. Eu acredito que existe um Deus, e portanto, eu tenho que acreditar na existência do Demônio. Eu não sei se aquilo era um demônio, mas com certeza, não era algo bom".

Lewis realizou várias pesquisas nos arquivos da gazeta local e ouviu estórias estranhas a respeito do Visitante, de fantasmas, pé-grande e até de criaturas alienígenas que teriam aparecido nos arredores de Van Meter e para sua surpresa a quantidade de acontecimentos inexplicáveis na cidade é surpreendente. Van Meter é como um para-raios de ocorrências sobrenaturais.

Enquanto escrevia a estória da cidade, o autor encontrou vários relatos de descendentes e achou curioso que a maioria daquelas pessoas evitava falar sobre o incidente.

"Talvez seja por isso que a estória estava desaparecendo. É estranho que uma estória tão notável seja tão pouco conhecida ou comentada, mas isso se deve ao fato dos envolvidos tentarem esquecer dos eventos do qual tomaram parte. Não é o comportamento típico de indivíduos que inventam uma estória em busca de reconhecimento ou fama".

Nesse aspecto, o Visitante de Van Meter oferece um panorama totalmente diferente das narrativas sobre monstros. O comportamento daqueles que tiveram envolvimento no acontecimento se assemelha ao comportamento de veteranos de guerra que se negam a falar sobre suas experiências traumáticas no fronte. Lewis recebeu várias respostas negativas de parentes que afirmaram não ser um assunto sobre o qual eles gostariam de falar a respeito.

Hoje não há nenhum sobrevivente desses acontecimentos, todos morreram há muito tempo, levando para o além os relatos inacreditáveis de um outono assustador.

Para Chad Lewis, o horror que se abateu sobre Van Meter não pode ser descartado como uma mera farsa engendrada por pessoas querendo tomar parte em algo inacreditável. Ávidas pelos holofotes e pelo desejo de fama, há algo mais nesse incidente.

"Existe uma longa tradição de avistamento de coisas inexplicáveis na América do Norte. Mesmo entre as tribos de nativos americanos, existiam lendas sobre homens que entravam na floresta ou se aventuravam além da fronteira selvagem e se deparavam com animais fantásticos e monstros aterradores. Desde Búfalos gigantes a monstros antropóides como o pé-grande e o wendigo. Se esses relatos são verdadeiros ou não, provavelmente jamais venhamos a saber, mas a quantidade deles nos diz que há algo estranho lá fora, algo que nós talvez não estamos prontos para encontrar".

Seja como for, o monstro alado de Van Meter continuará a assustar as pessoas, fazendo com que elas olhem para cima preocupadas, temendo o som de grandes asas negras.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

As primeiras cirurgias plásticas faciais

As cirurgias plásticas existem desde a antiguidade. Elas surgiram como uma alternativa para reconstrução de partes do corpo humano e, mais tarde, elas também passaram a servir como um procedimento estético.

Os primeiros registros da história da cirurgia plástica na humanidade datam mais de dois mil anos antes de Cristo. Papiros vindos da Índia relatam técnicas rudimentares de reconstrução de partes do corpo, principalmente de cirurgias do nariz, por conta das mutilações que serviam como castigo para os hindus.

                                            O avanço durante as Guerras

Séculos depois dessas práticas indianas, a eclosão das Guerras Mundiais fez com que surgissem grandes avanços no ramo cirúrgico. A necessidade de cirurgia em soldados e civis afetados por bombas, tiros e desmoronamentos fez com que a prática evoluísse e, por consequência, surgisse a especialização de cirurgiões em reparações corporais e faciais.
O médico neozelandês Harold Gillies foi pioneiro no ramo da cirurgia plástica. Gillies ficou comovido com a realidade social dos ex-combatentes que retornaram da Grande Guerra. Os soldados não conseguiam se reintegrar à sociedade, pois eram considerados monstros por conta de suas cicatrizes, o médico então buscou soluções para amenizar o problema e acabou por revolucionar a medicina. Costumeiramente, as feridas abertas eram simplesmente costuradas o que originava cicatrizes horríveis, porém, a partir das intervenções de Gillies, os soldados começaram a ter suas cicatrizes melhoradas.

Dr. Harold Gillies

O médico obteve uma permissão para ocupar quase mil leitos em diversos hospitais da periferia de Londres, desta forma, Gillies começou a recrutar a sua equipe, mandando cartas de convite não apenas para médicos, mas também para desenhistas, escultores e fotógrafos.
O médico percebeu que seriam necessários profissionais das mais diversas áreas que, além de talentosos, também fossem extremamente criativos. Ele precisava de uma equipe capazes de esculpir rostos a partir de carne viva.
A Primeira Cirurgia
A Primeira Cirurgia Plástica Facial foi realizada na em 1917. No entanto, o desafio do time foi encontrar maneiras de cultivar tecido para preencher as lacunas causadas por explosões.
Gillies desenvolveu então uma técnica que consistia na retirada de um tubo de pele saudável de um local não atingido – geralmente peito ou costas – para então conectar uma das extremidades do tubo ao local em que o transplante seria realizado, tudo isso para não interromper o fluxo sanguíneo.

Técnica de Gillies
Assim, depois de algum tempo, a pele se regenerava naturalmente no local onde ela tinha sido inicialmente retirada ou perdida, e o tubo podia ser removido.
Essa técnica foi amplamente aplicada e melhorada por Gillies nos anos seguintes, principalmente porque diminuía drasticamente o risco de infecções.
Walter Yeo foi o primeiro paciente a ser submetido a uma cirurgia plástica, foi também o primeiro paciente tratado por Gillies com essa técnica. Yeo, na época com 25 anos, sofreu um acidente com uma arma que resultou em profundas queimaduras e na perda das pálpebras inferiores e superiores.

Walter Yeo
Gillies também foi responsável pela primeira cirurgia de mudança de sexo feminino para masculino. O procedimento ainda continua em uso nos dias atuais para construção de pênis em pacientes transgênero.
Entre os anos de 1917 e 1925 a equipe do doutor Gillies atendeu cerca de 5 mil pacientes. Apesar dos avanços desenvolvidos e do esforço da equipe de Gillies, a maioria dos rapazes continuava gravemente desfigurada mesmo depois de várias cirurgias reconstrutoras.

Tentativa de reconstrução sem sucesso.
A equipe registrou a evolução dos pacientes tratados. Alguns sequer apresentavam melhoras significativas o suficiente para serem fotografados para os arquivos do hospital.






Succubus e Incubus

Pelas definições. Succubus e Incubus são seres demoníacos cujo poder é associado aos sonhos e à sexualidade. Succubus seria a forma feminina e Incubus, a masculina.

Essas criaturas são bastante antigas e relatos das aparições são encontrados por todas as culturas.

Vamos detalhar melhor nossos amiguinhos.

A Succubus, como já dito, é a figura feminina. Ela tem o poder de invadir a mente dos homens durante os sonhos, captar suas fantasias sexuais e se transformar nelas. Assim o coitado (coitado?) acaba tendo relações sexuais com o demônio e achando que sonhou "traçando" aquela vizinha gostosa!.

Muito marmanjo por ai deve ter pensado: Que legal! O que há de mal nisso?

Bom... Nada que vem de demônios pode ser coisa boa. A Succubus tem basicamente dois objetivos. Um deles é captar a energia sexual do sujeito. É como ela se alimenta. Assim, a vitima acaba sofrendo de problemas psicológicos sérios, podendo tornar-se necrófilo, pedófilo,estuprador e outras coisas tão degradantes quanto. A maioria ainda fica impotente com a constância dos ataques ou morrer de desgaste físico.

Já o Incubus é a contraparte masculina do bicho. A forma de ataque é a mesma. Invasão dos sonhos femininos. Além de sugar a energia vital da vitima, ainda corre o risco de engravidá-la.

Existe uma variação na lenda que diz que o succubus e incubus são a mesma entidade, variando sua forma a depender da escolha sexual da vitima. Com isso, ela adquire um objetivo final mais escuso! Ela, quando succubus, coleta esperma do homem atacado e, quando incubus, leva esse mesmo material genético para engravidar uma mulher.

Acho fácil ver de onde surgiram essas lendas. Numa visão mais inocente, o misticismo deve ter surgido para explicar a "polução noturna", que é a ejaculação involuntária durante o sono. O cara acorda "melado" ejaculado e se pergunta: Cacildis! De onde veio isso?



Também seria uma forma de tentar explicar a famosa "Paralisia do sono". Se você não teve isso, parabéns. Não é nada agradável. Eu tinha constantemente quando era mais novo. Vou dar uma explicação biológica básica, sem envolver muitos detalhes técnicos.

Enquanto você está sonhando, seu cérebro meio que relaxa os principais músculos do corpo para que você não atue fisicamente. É por isso que você não sai correndo pela casa quando está sonhando estar numa maratona (a não ser que você seja sonâmbulo, mas aí já é história para outra  postagem). Quando esse mecanismo está desregulado o cérebro pode ativar o relaxamento antes que você durma...ou não religar a musculatura quando você acorda. Então o bicho pega. Uma mistura de estar acordado e dormindo ao mesmo tempo. O sonho se mistura com a realidade. Você sabe que está acordado, mas seu corpo não reage! Uma palpitação frenética que parece que o coração vai explodir. Você quer pedir ajuda, mas a voz não sai. Até que, aos poucos, seu corpo regula a parada e você volta ao normal. Falem sério... Como imaginar, em tempos remotos, que isso não é algo demoníaco? É mais fácil imaginar que tem um demônio invisível prendendo seu corpo do que uma parafernália dessas!

Em outra visão, mais "safadjenha", é uma boa explicação para mulheres, que se diziam virgens, aparecerem grávidas do nada, ou para uma mulher casada explicar por que o filho nasceu com a cara do vizinho!!! Obvio que a entidade atacou o cara da casa ao lado e depois a atacou, levando sua sementinha!



Fora as famosas desculpinhas para que alguém tenha um comportamento criminoso. Sabe aquele famoso "Não fui eu que matei aquele cara! Eu estava possuído pelo demônio!", visto constantemente em religiões evangélicas? Pois é. Era uma forma do sujeito, com desvio de comportamento, tentar livrar sua barra. Ele não era um pedófilo, estuprador ou coisa parecida! Na verdade ele foi uma vitima da succubus, que o levou a isso!

Existem relatos de succubus em várias mitologias. Em uma delas, a origem dessa classe de demônio remonta ao início da humanidade mitológica cristã "versão 2.0 beta". Já comentei em outras postagens sobre isso, mas... Quando Deus criou o primeiro homem, Adão, lhe "deu" de presente a primeira mulher...Lilith! Só que ela teria nascido do barro, assim como o homem. Dessa forma, Lilith não se sujeitava às vontades de Adão, pois era uma igual. Se eles transavam, ela não queria ficar apenas por baixo... Ela queria variar e ficar por cima também. Ela até podia fazer uma comidinha pra Adão, mas no dia seguinte, queria que ele cozinhasse.

Adão ficou puto com isso, afinal ele queria uma mulher submissa, e pediu a Deus que batesse um papo com Lilith. Depois de uma conversa com o Todo poderoso, Lilith deixou claro que não seria capacho do homem...Sendo assim, Deusão Sangue Bom, a expulsa do Paraíso e resolve fazer uma cirurgia em Adão, arrancando um pedaço de sua costela e, desse material, criando a Eva! (que também não deu muito certo, mas pelo menos essa era submissa!)

Então Lilith ficou vagando pelo lado de fora do paraíso e, revoltada com Deus (com razão, diga-se de passagem), acabou se unindo a quem lhe deu abrigo. A galera de Lúcifer.  Dessa união com os demônios, ela acabou se tornando a primeira Sucubus!

Acho que é isso! Espero que tenham gostado de minha primeira e única postagem de 2012! Até a próxima!


Curiosidades:

Lembram de Merlin, o famoso mago das histórias do Rei Arthur e a Távola redonda? Pois é! Em uma das versões, Merlin teria sido filho de um incubus, pois ninguém sabia quem era o seu pai.

A succubus tem sido material fértil para livros, filmes e games.Uma das mais famosas no mundo dos games é a Morrigan Aenslan, do jogo de luta Darkstalkers.