Uma triste verdade à respeito de ficção de horror é que não importa o quão terríveis as situações inventadas pelos autores, o mundo real sempre será capaz de superá-las.
Pouco do que se inventa chega aos pés das coisas horríveis que se pratica, realiza ou impinge no mundo real. O caso a seguir é parte de uma reportagem investigativa à respeito de práticas envolvendo feitiçaria na África do Sul às vésperas da Copa do Mundo de 2010.
O desaparecimento de Sibisuso Nhatave, um garoto de 14 anos, deu início a uma intensa busca policial na província de KwaZulu-Natal no leste de Durban, uma das principais cidades da África do Sul. As autoridades temem que o desaparecimento esteja relacionado com a crescente onda de feitiçaria que o país vem experimentando nos últimos anos e que o rapaz seja mais uma vítima dos praticantes de magia negra.
Sibisuso desapareceu enquanto retornava do colégio, amigos próximos a ele afirmam que essa foi a terceira vez que elementos ligados a clans praticantes de feitiçaria tentaram sequestrar o rapaz. Sibisuso é albino e para algumas tribos, o albinismo é visto como uma manifestação mística. Em termos gerais, o sacrifício de uma criança albina é consideravelmente mais valioso que o de uma criança comum.
Albinismo é uma condição genética hereditária, uma degeneração na pigmentação da pele cujo efeito é pele, olhos e cabelos claros. Tal condição é vista nessa parte da África como uma ligação mágica com o mundo espiritual. Os albinos segundo as crenças são abençoados por espíritos ou possuem uma ligação mística latente que os diferencia. Essa crença tem colocado em risco a vida de inocentes.
Jornais da África do Sul vêm chamando a atenção para esses casos há meses. Uma verdadeira febre de feitiçaria têm se espalhado entre a população que redescobriu alguns antigos costumes tribais. Templos rústicos nos subúrbios super-populosos na Cidade do Cabo, Durban, Pretória, Maputo e Johannesburgo se multiplicam, conduzindo abertamente rituais que eram até algumas décadas atrás duramente reprimidos pelo regime do Apartheid.
Pouco do que se inventa chega aos pés das coisas horríveis que se pratica, realiza ou impinge no mundo real. O caso a seguir é parte de uma reportagem investigativa à respeito de práticas envolvendo feitiçaria na África do Sul às vésperas da Copa do Mundo de 2010.
O desaparecimento de Sibisuso Nhatave, um garoto de 14 anos, deu início a uma intensa busca policial na província de KwaZulu-Natal no leste de Durban, uma das principais cidades da África do Sul. As autoridades temem que o desaparecimento esteja relacionado com a crescente onda de feitiçaria que o país vem experimentando nos últimos anos e que o rapaz seja mais uma vítima dos praticantes de magia negra.
Sibisuso desapareceu enquanto retornava do colégio, amigos próximos a ele afirmam que essa foi a terceira vez que elementos ligados a clans praticantes de feitiçaria tentaram sequestrar o rapaz. Sibisuso é albino e para algumas tribos, o albinismo é visto como uma manifestação mística. Em termos gerais, o sacrifício de uma criança albina é consideravelmente mais valioso que o de uma criança comum.
Albinismo é uma condição genética hereditária, uma degeneração na pigmentação da pele cujo efeito é pele, olhos e cabelos claros. Tal condição é vista nessa parte da África como uma ligação mágica com o mundo espiritual. Os albinos segundo as crenças são abençoados por espíritos ou possuem uma ligação mística latente que os diferencia. Essa crença tem colocado em risco a vida de inocentes.
Jornais da África do Sul vêm chamando a atenção para esses casos há meses. Uma verdadeira febre de feitiçaria têm se espalhado entre a população que redescobriu alguns antigos costumes tribais. Templos rústicos nos subúrbios super-populosos na Cidade do Cabo, Durban, Pretória, Maputo e Johannesburgo se multiplicam, conduzindo abertamente rituais que eram até algumas décadas atrás duramente reprimidos pelo regime do Apartheid.
"Muitas pessoas acreditam que essas coisas acontecem apenas nas áreas rurais ou bem longe das cidades, mas estão enganadas", comentou o detetive Borand Treassouque trabalha em Durban. "Feitiçaria e rituais que envolvem sacrifícios humanos são mais comuns do que se pode imaginar, e eles estão acontecendo nas grandes cidades, envolvendo um número cada vez maior de pessoas".
Para reforçar seu ponto, o policial apresentou alguns panfletos que são distribuídos nas ruas de Durban. Neles, alegados feiticeiros e shamans prometem vantagens para aqueles que buscarem seu aconselhamento. Alguns prometem ser capazes de interceder junto a espíritos por intermédio de cerimônias de sacrifício. "É claro, nenhum feiticeiro diz publicamente que realiza sacrifícios, mas eles ocorrem e todos sabem disso".
Treassou apresentou também um vídeo filmado pelos policiais durante uma batida a um desses templos nos arredores da província de Famasi. Nele podem ser vistas centenas de pessoas participando de uma espécie de ritual de magia negra onde crianças seriam sacrificadas.
A irmã mais velha de Sibisuso, Zulmira Nhatave que também é albina confirma essa informação: "Tivemos de nos mudar várias vezes. Tínhamos medo que algo pudesse acontecer, pois há pessoas muito más que perseguem pessoas como eu e meu irmão", relatou a garota que ainda teme pela sua vida.
A polícia de Durban realizou pelo menos 14 grandes operações para coibir a prática de magia negra. "Em mais de uma ocasião testemunhamos concentrações de 300 pessoas envolvidas nas celebrações" contou o policial. As diligências da recém criada Secretaria de Repressão aos Crimes envolvendo tradições étnicas, efetuou mais de 200 prisões. A divisão tem um apelido muito sugestivo, são chamados de "Caçadores de Feiticeiros".
Apesar dos esforços das autoridades é muito difícil combater esse tipo de crime na África do Sul. Em primeiro lugar porque o país ainda se encontra muito sensibilizado à respeito de qualquer tipo de proibição imposta a liberdade religiosidade. Por décadas, o povo sul-africano foi proibido de exercer sua cultura religiosa e quando o Apartheid enfim foi desarticulado uma das primeiras leis instituídas foi a que garantia liberdade religiosa. Na verdade muitos grupos chamam a Secretaria de Repressão de fascista e criticam a sua ação.
"Recebemos muitas ameaças" revelou um investigador ligado à secretaria, "é claro, fazemos nosso trabalho, mas tememos pela segurança de nossas famílias e entes queridos". O mesmo policial que não quis se identificar disse que alguns de seus colegas simplesmente desistiram de trabalhar nessa divisão por temer a ação das gangues comandadas pelos feiticeiros. Policiais foram assassinados e famílias aterrorizadas.
Enquanto isso, albinos continuam a se sentir ameaçados. Assim como o rapaz desaparecido e sua irmã, Jogo Yathave, de 16 anos, morador de Pretória se diz aterrorizado. Segundo ele, muitos jovens albinos vivem com medo e evitam sair de casa sozinhos depois do cair da noite. "Há gangues especializadas em encontrar, perseguir e raptar jovens que são vendidos como sacrifício. Jovens albinos podem valer muito para esses criminosos".
Treassou apresentou também um vídeo filmado pelos policiais durante uma batida a um desses templos nos arredores da província de Famasi. Nele podem ser vistas centenas de pessoas participando de uma espécie de ritual de magia negra onde crianças seriam sacrificadas.
A irmã mais velha de Sibisuso, Zulmira Nhatave que também é albina confirma essa informação: "Tivemos de nos mudar várias vezes. Tínhamos medo que algo pudesse acontecer, pois há pessoas muito más que perseguem pessoas como eu e meu irmão", relatou a garota que ainda teme pela sua vida.
A polícia de Durban realizou pelo menos 14 grandes operações para coibir a prática de magia negra. "Em mais de uma ocasião testemunhamos concentrações de 300 pessoas envolvidas nas celebrações" contou o policial. As diligências da recém criada Secretaria de Repressão aos Crimes envolvendo tradições étnicas, efetuou mais de 200 prisões. A divisão tem um apelido muito sugestivo, são chamados de "Caçadores de Feiticeiros".
Apesar dos esforços das autoridades é muito difícil combater esse tipo de crime na África do Sul. Em primeiro lugar porque o país ainda se encontra muito sensibilizado à respeito de qualquer tipo de proibição imposta a liberdade religiosidade. Por décadas, o povo sul-africano foi proibido de exercer sua cultura religiosa e quando o Apartheid enfim foi desarticulado uma das primeiras leis instituídas foi a que garantia liberdade religiosa. Na verdade muitos grupos chamam a Secretaria de Repressão de fascista e criticam a sua ação.
"Recebemos muitas ameaças" revelou um investigador ligado à secretaria, "é claro, fazemos nosso trabalho, mas tememos pela segurança de nossas famílias e entes queridos". O mesmo policial que não quis se identificar disse que alguns de seus colegas simplesmente desistiram de trabalhar nessa divisão por temer a ação das gangues comandadas pelos feiticeiros. Policiais foram assassinados e famílias aterrorizadas.
Enquanto isso, albinos continuam a se sentir ameaçados. Assim como o rapaz desaparecido e sua irmã, Jogo Yathave, de 16 anos, morador de Pretória se diz aterrorizado. Segundo ele, muitos jovens albinos vivem com medo e evitam sair de casa sozinhos depois do cair da noite. "Há gangues especializadas em encontrar, perseguir e raptar jovens que são vendidos como sacrifício. Jovens albinos podem valer muito para esses criminosos".
No passado, albinos eram vistos como pessoas de sorte; um costume muito popular envolvia apertar a mão de albinos e assim obter "boa sorte". Mas hoje as coisas são bastante diferentes. O número de mulheres e meninas albinas vítimas de violência sexual é alarmante. Algumas pessoas acreditam que ter relações com uma mulher albina traz virilidade. Práticas denvolvendo magia negra sempre fizeram parte da cultura sul-africana, mas nos últimos anos elas tem conquistado um grande número de adeptos. O grande número de "casas de ritual" é prova cabal dessa ascensão espiritual. O número delas segundo um levantamento oficial aumentou 200% nos últimos dois anos.
"Nada temos contra manifestações pacíficas religiosas" disse o porta voz da Secretaria, "nossa meta é reprimir as formas de violência e coerção". O trabalho não têm sido tão fácil. Sofrendo ameaças e pressões, os "Caça Feiticeiros" operam com cuidado e gravam cada uma de suas operações para demonstrar que agem dde acordo com a lei. Eles acabam enfrentando grupos capazes de verdadeiras atrocidades.
"Já houve casos em que quadrilhas chefiadas por feiticeiros vendiam órgãos arrancados de crianças e guardados em garrafas. Em outro caso horrendo um bruxo foi preso com um cobertor feito com a pele de albinos". disse Treassou. Nas ruas de Durban há um verdadeiro mercado negro envolvendo sangue, cabelos e genitais de albinos que podem ser negociados no submundo das grandes cidades. Nesses lugares quase tudo pode ser comprado e obtido.
A Magia Negra também parece estar em alta em nações no norte do continente, em países como aTanzânia, o governo instituiu leis para combater o problema. Lá, garotas albinas tem sido estupradas por homens que acreditam que elas tem o poder de curá-los da AIDS.
Lawrence Mthombeni, um político negro e albino da África do Sul comentou: "Há crenças absurdas em certas comunidades negras. Algumas pessoas acreditam que albinos envelhecem mais lentamente ou que falam com fantasmas". Em outras, nem mesmo a morte livra os albinos das depredações: túmulos e sepulturas são violadas e partes dos cadáveres simplesmente roubadas, alcançando um grande preço como artefatos mágicos.
A aparência física dos albinos é bastante distinta entre a população de maioria negra e fácil de ser percebida. Autoridades internacionais cobram medidas enérgicas do governo sul-africano, sobretudo diante da realização de um evento importante como a Copa do Mundo (esse artigo foi publicado em 2010).
"Se as pessoas fossem melhor informadas essas coisas não aconteceriam. Há muita desinformação e ganânica em ação aqui".
residente da Sociedade dos Curandeiros Tradicionalistas, Sazi Mhlongo roga ao governo para que decrete ilegal a prática da feitiçaria na África do Sul.
"Pessoas que negociam muti (sangue) com os espíritos são bruxos. Eles precisam ser combatidos. Mas há sacerdotes decentes que não se envolvem com esse tipo de ritual, é preciso haver uma separação criteriosa", disse ele.
Para Mhlongo existem muitos aproveitadores que se apresentam como feiticeiros ou sacerdotes. "A maioria deles não passam de criminosos interessados em ganhar dinheiro fácil explorando as superstições alheias".
Existem cerca de 12,500 indivíduos com albinismo na África do Sul em uma população de 50 milhões. No mundo uma em cada 17,000 pessoas nasce com uma desordem de pigmentação.