segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Será que Hitler realmente se matou? Para o FBI ele morreu de velhice na Argentina.

O livro “El Exilio de Hitler” (Ediciones Absalón, 493 páginas), do jornalista argentino Abel Basti, de 54 anos, sustenta que o líder nazista e sua mulher, Eva Braun, não se mataram. “Fugiram” para Barcelona, onde passaram alguns dias, e depois foram para a Argentina, onde morreu, nos anos 60. Dezenas de livros mais equilibrados sustentam que a polícia secreta comunista levou os restos mortais (queimados) de Hitler e Eva Braun para a União Soviética. Basti afirma, sem apresentar documentação confiável, que a informação não é verdadeira e que os nazistas, como Hitler, o chefe da Gestapo, Heinrich Müller, e Martin Bormann plantaram pistas falsas. Entrevistado pelo jornal “ABC”, da Espanha, sustenta que “existem três documentos” que comprovam que o nazista não se matou: “Do serviço secreto alemão, que dá conta de que chegou a Barcelona, procedente de um voo da Áustria; do FBI, que indica que ‘o exército dos Estados Unidos está gastando a maior parte de seus esforços para localizar Hitler na Espanha’; e um terceiro do serviço secreto inglês, que fala de um comboio de submarinos com líderes nazistas e ouro saindo rumo a Argentina, fazendo uma escala nas Ilhas Canárias”.

O livro, publicado em maio deste ano (sem edição brasileira), provoca sensação na Espanha, pelas revelações “surpreendentes” e, no geral, contestadas por historiadores profissionais. Mas as informações de Basti não deixam de ser curiosas, principalmente por ser correta mas óbvia a informação de que vários nazistas escaparam para a Argentina de Juan Domingo Perón.
Um jesuíta nonagenário é apresentado por Basti como uma de suas mais importantes fontes. Ele dispõe de muitas informações sobre a presença de Hitler na Espanha, segundo o jornalista. No livro, porém, não revela nada de sensacional.
Um documento secreto alemão aponta Hitler como passageiro de um avião que se dirigia da Áustria para a Espanha, em 26 de abril ou nas primeiras horas de 27 de abril de 1945. “Foi uma comunicação oficial secreta com cópias para o piloto Werner Baumbach, que imigrou para a Argentina e levou consigo uma cópia. Baumbach, junto a outros conhecidos pilotos nazistas, trabalhou no projeto aeronáutico de Perón.”

Para não ser reconhecido, Hitler cortou o cabelo, ficou quase careca e raspou o bigode. Teria ficado irreconhecível. “O corte do bigode deixou à mostra uma cicatriz, sobre o lábio superior, que não era conhecida por gente comum.” Sintomaticamente, no livro, Basti não enfatiza tais informações, que repassou ao “ABC”.

A versão oficial garante que Hitler e Eva Braun se mataram em 30 de abril de 1945. Basti contesta: “Nunca houve provas de sua morte. Não há perícias criminalísticas que demonstrem o suicídio. O Estado alemão deu Hitler como morto quase 11 anos depois, em 1956, por presunção de falecimento. Ou seja, legalmente, para a Alemanha, Hitler estava vivo depois de 1945. Não só vivo — não era um homem condenado pela Justiça; não havia ordem de captura, nem processo judicial. Enquanto Hitler se encontrava na Espanha, no bunker se representava uma grande farsa, cujo ator principal foi um dos duplos [sósias] de Hitler. Durante as últimas horas, o duplo foi drogado e preparado para que representasse o ato final”. Há livros que citam a possibilidade de um ou mais duplos de Hitler, como havia de Stálin, mas, no dia do suicídio, nenhum duplo estava na chancelaria. Basti não apresenta documentos e testemunhos confiáveis. Conta histórias próximas da ficção literária. O sósia que “morreu” no lugar de Hitler seria, conta Basti, um sujeito atrapalhado.
Basti assegura que “a fuga de Hitler estava prevista em um grande plano de evasão — de homens, capital e tecnologia — preparado pelos nazistas. Esse plano, em 1945, recebeu luz verde dos norte-americanos, como resultado de um pacto secreto militar. Os milhares de nazistas que puderam fugir para o Ocidente — dos quais cerca de 300 mil foram para os Estados Unidos — foram ‘reciclados’ [recrutados] para lutar contra o comunismo. Hitler se transformou num dinossauro vivo, protegido e refugiado”.
O entrevistador Antonio Astorga menciona documentos secretos britânicos nos quais se revela que Hitler fugiu para a Argentina num submarino, “com escala técnica nas Ilhas Canárias”. A versão de Basti: “Antes que o comboio de submarinos partisse da Espanha, a Armada [Marinha] norte-americana retirou todas as suas unidades navais do Atlântico Sul. Os submarinos nazistas ‘trocaram mensagens’ com a frota norte-americana. As mensagens foram interceptadas pelos ingleses”. No livro, Basti amplia as informações, mas, como de hábito, não apresenta testemunhos fidedignos, exceto especulações. Baseia-se, no geral, em documentos antigos e, quando suas teses se tornam nada convincentes, alega que os governos, principalmente o norte-americano, não desclassificaram os documentos necessários à compreensão do caso.

Embora não hajam evidências em trabalhos substanciosos, como os de Ian Kershaw (“Hitler”), de Richard J. Evans (“A Chegada do Terceiro Reich” não trata do assunto, mas sua sequência, não publicada no Brasil, sim), de Marlis Steinert (“Hitler”), de Max Hastings (“Armagedón — La Derrota de Alemanha”) e Henrik Eberle e Matthias Uhl (organizadores do esplêndido “O Dossiê Hitler — O Führer Segundo as Investigações Secretas de Stálin”), do que Basti apresenta no seu bombástico livro, citemos mais um trecho de sua suposta “pesquisa” (citada na entrevista ao “ABC”), que mais parece ficção: “Hitler, que chegou a Argentina com 56 anos, viveu como um fugitivo. Com identidade falsa e tratando de passar o mais despercebido possível. Nos primeiros anos, viveu numa estância nas proximidades de Bariloche, depois em outras partes do país, já que trocou de residência em mais de uma oportunidade. Sempre acompanhado de seguranças, às vezes três. Sua atividade política se limitou a algumas reuniões com velhos camaradas e com alguns militares argentinos. Hitler morreu na Argentina nos anos sessenta; Eva Braun, mais jovem, sobreviveu” ao marido. No livro, paradoxalmente, Basti fala muito sobre o assunto, dando voltas, mas sem esclarecer como Hitler viveu na Patagônia. Ele trabalha com “sugestões” e indícios, não com fatos e documentos.

A “pesquisa” resulta de maluquice ou de invenção de Basti, ou de apresentação de documentos conspiratórios mal digeridos e interpretados? Parece loucura de jornalista sensacionalista. De qualquer modo, é uma grande história, que, a rigor, não é tão nova assim. Basti tão-somente a requenta, acrescentando, como diz, “documentos secretos”. Pensa-se, muitas vezes, que todos documentos secretos, por serem secretos, contêm “a” verdade. Nem sempre é assim, como sabem historiadores rigorosos. Muitos documentos, mesmo secretos, têm o objetivo de despistar e, algumas vezes, de reforçar mitos e esconder “a” verdade. Podem ser instrumentos de manipulação. Jornalistas têm o hábito, ao receberem documentos secretos, de publicá-los imediatamente, como se fossem um retrato preciso da realidade. Acertam, às vezes, e, outras vezes, erram. Mas, quando erram, tergiversam e publicam outra (a nova) versão. Jornalistas não gostam de ser corrigidos.

O principal equívoco de Basti talvez resida no fato de que o alicerce de sua argumentação é frágil. O jornalista pesquisou documentos da época, sobretudo despachos de agências de notícias, que necessariamente revelam as especulações do momento, sem nenhum apuro investigativo, ignorando toda a pesquisa posterior. Então, entre 1945 e 1950, pelo menos, falou-se muito na fuga de Hitler, mas, em seguida, o assunto praticamente morreu, exceto em fantasias de jornalistas sensacionalistas. O livro “O Dossiê Hitler” (Record, 627 páginas), contém as informações mais aceitáveis sobre o fim de Hitler. Foi elaborado pelos soviéticos, com base nos depoimentos de nazistas que estavam próximos de Hitler até a data de seu suicídio, como Heinz Linge e Otto Günsche. A Operação Mito, criada por Lavrenti Beria, para investigar a morte de Hitler, resultou no mais amplo relato sobre os últimos dias do ditador. Saiu em 2005 na Alemanha e em 2007 no Brasil. É a palavra (quase) final sobre o assunto e põe o livro de Basti no chinelo. Nas 42 páginas finais de “Hitler” (Dom Quixote, 849 páginas), nos capítulos “Extinção” e “Epílogo”, Kershaw não leva a sério as fantasias divulgadas por Basti e, por isso, não as menciona. Afirma, com todas as letras, que Hitler morreu em 1945. Bormann e Müller também morreram.

Conheça o filme de terror canibal que está provocando ataques de pânico e desmaios no cinema

Quando os amantes de filmes de terror pensam que já viram de tudo nas telonas, surge algo mais perturbador. Falo de "Grave", sim, este o nome do longa-metragem que vem provocando desmaios e ataques de pânicos nos cinemas em suas primeiras exibições pelo mundo. Nesta semana, paramédicos foram chamados durante a exibição de um filme no Festival de Toronto. O terror canibal chegou a causar desmaios e ataques de hipertensão em espectadores da sessão e médicos tiveram de ser chamados.
O primeiro longa-metragem da diretora francesa Julia Ducournau está sendo muito elogiado pela crítica, mas é considerado realista demais. Para os especialistas em filmes de terror, trata-se do longa-metragem mais perturbador do gênero desde a criação de "O Exorcista" (1974), um clássico. A história é sobre uma garota vegetariana que é obrigada a comer fígado de coelho cru durante um trote do curso de veterinária. Depois disso, ela desenvolve um desejo incontrolável por carne humana. Parece bobinho, mas não é?
As cenas de canibalismo são sangrentas e trazem minutos de desespero total. A agonia de pessoas devoradas vivas é prolongada ao extremo. Alguns países devem proibir a exibição do filme, por considerarem forte demais. O filme deve chegar no Brasil só em 2017, mas cópias piratas podem desembarcar por aqui bem antes. E aí, vai encarar?

domingo, 18 de setembro de 2016

O Mistério da Colônia Perdida - O que aconteceu em Roanoke? que inspirou a serie American Horror Story

Mistério de Roanoke e dos colonos desaparecidos desafia historiadores há quase 500 anos. O que teria acontecido com 117 pessoas que simplesmente sumiram da face da terra sem deixar vestígios na primeira colônia inglesa no Novo Mundo?

Doença? Ataque de nativos hostis? Uma fuga desesperada? Ou teria sido algo mais sinistro e inexplicável?

Roanoke é um mistério que talvez jamais seja desvendado, mas existem conjecturas e os estudiosos continuam em busca de uma explicação convincente que ajude a solucionar esse enigma. Paralelamente aos fatos científicos explorados, crendices e superstições reivindicavam seu lugar como responsáveis pelo destino da colônia inglesa.

A tragédia da Colônia Perdida ocorreu na pequena Ilha de Roanoke, na costa da Carolina do Norte.

A fundação de Roanoke é bem conhecida e está bem detalhada em fatos e documentos históricos. Em 1584 o aventureiro britânico Walter Raleigh recebeu uma concessão territorial da Rainha Elizabeth. A missão de Raleigh era estabelecer o primeiro povoado europeu na Colônia americana da Virgínia e iniciar o processo de ocupação das terras no Novo Mundo.


Raleigh explorou a região e navegou a costa da Carolina do Norte em 1585, em busca de um local onde os colonos pudessem se estabelecer. Ele escolheu a Ilha de Roanoke pela sua localização estratégica, e estabeleceu que aquele era o local ideal para a construção do assentamento.

No ano seguinte, dois navios ancoraram na costa com a primeira expedição. Composta de soldados veteranos e liderada por Sir Richard Grenville, um brutal comandante que lutara na Irlanda, o grupo se embrenhou na mata (apenas como curiosidade Grenville é um dos companheiros de viagem do personagem fictício Solomon Kane).

Sir Walter Raleigh foi um dos mais famosos aventureiros de sua época, um dos corsários britânicos que pilhava os navios do Spanish Main, a rota de preciosidades obtidas pelos espanhóis na América. Entre suas realizações está a exploração do Rio Amazonas.

Os homens exploraram o interior da ilha e estabeleceram um contato à princípio cordial com os nativos que habitavam o local. Começaram a derrubar árvores e a construir um forte na praia. Mas logo as dificuldades começaram a se multiplicar: a falta de comida, doenças tropicais e um sentimento de hostilidade para com os nativos levou os colonos ao desespero. Grenville ordenou que os nativos entregassem sua comida e quando estes se negaram mandou os homens saquear e atear fogo à aldeia deles. Apesar das grandes dificuldades, a construção do forte foi concluída.

Em 1597, um novo grupo de colonos foi trazido para erguer o povoado, que teria o nome de Vila de Ralegh. Essas famílias de pioneiros haviam concordado em viajar para o Novo Mundo em troca de 500 acres e participação nos lucros da colônia. Liderados por John White, um amigo de Raleigh que havia acompanhado as expedições anteriores à Roanoke, o grupo tinha por incumbência substituir os quinze homens deixados por Grenville como vigias do forte, e encontrar um local para o assentamento mais ao norte.

Ao desembarcar em Roanoke, acompanhado por 40 homens, John White esperava fazer contato com os guardas deixados por Grenville no forte. Todavia, depararam-se com o forte devastado e nenhum sinal de seus habitantes, exceto o esqueleto de um deles. Não havia sinal dos demais e tudo indicava ter havido uma luta feroz.

White e os colonos optaram por se estabelecer na Ilha de Roanoke e aproveitar a proteção ainda que frágil do forte. Casas foram erguidas e um pequeno vilarejo floresceu com o trabalho duro dos colonos. Os exploradores adotaram um índio de nome Manteo, que reestabeleceu um contato diplomático com os nativos cesando ao menos temporariamente as disputas. Manteo foi catequizado e declarado Lorde de Roanoke, como recompensa por serviços prestados a Coroa.

Apesar de superar as primeiras dificuldades, a colônia carecia de suprimentos para prosperar e se esses não fossem providenciados tudo estaria perdido. Foi decidido que White seguiria de volta para a Inglaterra e retornaria com mais pessoal e suprimentos. Sua família, que incluia a neta nascida na América, ficaria para traz, ansiando pelo seu retorno.

Com a partida do comandante, a história dos eventos ocorridos na colônia tornaram-se um trágico mistério. Os planos de White, de retornar à Roanoke rapidamente foram frustrados pelo recrutamento das forças navais inglesas. Todos os navios disponíveis teriam de se engajar na Guerra contra a Espanha. A grave ameaça da Invencível Armada tornava tudo secundário.

Três anos se passaram sem que John White conseguisse organizar uma nova expedição para o Novo Mundo. Em 1590, utilizando-se do que restara de sua influência perante a corte, White conseguiu embarcar para a colônia, sem os pleiteados suprimentos e pessoal. Ele era um simples passageiro desejoso de reencontrar sua família.

Os colonos descobrem um esqueleto nas ruínas do forte de Roanoke. "Nada do que foi construído resistiu e a floresta engoliu o lugar" escreveu White em seu diário.

A expedição na qual se integrara, ancorou próxima à parte nordeste da Ilha de Croatoan. Já próximos a Roanoke, a tripulação pôde observar fumaça que subia da terra, enchendo-lhes de esperança quanto à segurança da colônia e de seus integrantes. Na manhã do dia seguinte, dois botes deixaram o navio em direção a praia. Durante a travesia, observaram uma nova coluna de fumaça, porém, em local diverso do que haviam visto na noite do dia anterior. Optaram, então, por investigar os sinais mais recentes. A busca foi cansativa e inútil, pois não encontraram quaisquer sinais de seres humanos no local do fogo.

Novamente no interior do navio, eles observaram um ponto de luz na região norte da ilha. Dirigiram-se, no dia subseqüente, para o local onde avistaram a luz, mas tudo o que encontraram foram restos queimados de madeira. Daquele ponto, decidiram dirigir-se para o local onde Comandante White deixara estabelecida a colônia anos antes. Durante o percurso, nada de relevante foi observado, com exceção de algumas pegadas, provavelmente deixadas por nativos durante a noite.

Ao se aproximarem da vila de colonos, notaram as letras “CRO” arranhadas em uma árvore na base de um monte próximo. Guiados até o local das casas, acharam-nas, para seu desespero, derrubadas e destruídas e, a área em torno da pequena vila, cercada por estacas de madeira, como uma frágil muralha erguida às pressas. Em uma das vigas principais, White encontrou a inscrição “CROATOAN”.

Ficara estabelecido, nos dias que antecederam a partida de John White, que, em caso de necessidade de remoção da colônia para outra localidade, este lugar seria a Ilha de Croatoan, e que, se tal mudança fosse forçada, levada por circunstâncias hostis, os colonos deveriam, de alguma forma, incrustar os dizeres “CROATOAN”, seguido de uma cruz de malta. Na inscrição encontrada pela expedição inglesa, não havia sinal da mencionada cruz.

A busca continuou, e John White percebeu, no interior das poucas casas que permaneceram erguidas, que os objetos encontravam-se cobertos por lodo e grama, tornando evidente que a vila fora abandonada há muito. Ainda, no local onde os botes costumavam a ser ancorados, não havia qualquer sinal dos mesmos, ou de quaisquer outros equipamentos.

Comandante White, em sua primeira estada na ilha, deixara enterrados mapas, ilustrações e livros em um lugar secreto, de forma que pudesse encontrá-los posteriormente e se guiar através deles. Seus pertences foram encontrados e destruídos.

Diante de tamanha tragédia, uma pequena esperança ainda teimava em queimar em seus corações: sua filha, sua neta, bem como todos os demais colonos, poderiam ter se refugiado na Ilha de Croatoan, terra Natal de Manteo, como apontava a evidência incrustada em madeira.

Uma gravura do século XVIII que mostra os colonos descobrindo a famosa inscrição na árvore, apontando para a Ilha de Croatan.

Uma tempestade formava-se e o comandante e sua trupe retornaram ao navio. No dia seguinte, acordaram em dirigir-se a Croatoan, porém, o clima tempestuoso não permitiu. Traçaram um plano segundo o qual iriam se dirigir para oeste em busca de água fresca e suprimentos, retornando, então, à sua desesperada busca. Novamente, a natureza não contribuíu com o comandante inglês. Incapacitados e derrotados, eles rumaram de volta à Inglaterra.

John White não conseguiu angariar recursos necessários a uma nova expedição, e o destino de sua filha, de sua neta, e de toda a colônia de Roanoke, perdeu-se para sempre nos jardins da História.

Não obstante os mistérios que, ainda hoje, envolvem a Colônia Perdida, teorias de todas as sortes - incluindo furacões, doenças e abduções alienígenas – reproduziram-se.

Duas teorias tomaram a dianteira na corrida por credibilidade. Algumas evidências apontavam para o extermínio dos colonos, praticado pelos hostis nativos. A disposição das estacas de madeira, postadas em torno da vila, como uma espécie de cerco protetor, indica a necessidade de proteção contra atentados externos. Mas, neste caso, no momento em que deixavam registrado seu destino – quando incrustaram a palavra “CROATOAN” em uma das árvores – uma cruz de malta deveria ter sido ali colocada.
Roanoke é uma ilha pantanosa e úmida, sujeita a cheias e tempestades. Durante os meses de verão mosquitos infestavam a ilha e doenças se alastravam entre os colonos. Roanoke era comparada a um inferno e de fato, os colonos não estavam longe da verdade. 
A teoria mais aceita, no entanto, diz que os colonos deixaram a Ilha de Roanoke – provavelmente devido a uma forte seca que assolou a região – dirigindo-se à Ilha de Croatoan, onde encontraram receptividade por parte dos nativos, em muito devido à presença de Mateo, natural daquela ilha. Acredita-se que os nativos que foram posteriormente ali encontrados possuíam traços do homem branco, o que corroborou fortemente para esta teoria.

Aparentemente, nenhum recurso, em nosso mundo conhecido, será capaz de desvendar a lenda da Colônia Perdida, informando, com precisão, seu destino. Resta-nos crer no melhor dos fados, e acreditar que os fantasmas de Roanoke descansam em paz.