Possivelmente a maior coleção de deformidades humanas
em um só lugar, o museu anatômico e embriológico da Universidade de Amsterdã
começou como a coleção teratológica privada de Gerardus Vrolik (1755-1859) e
seu filho Willem Vrolik (1801-1863). Ambos foram professores de anatomia no
Athenaeum Illustre, o antecessor da Universidade de Amsterdã.
Teratologia é o estudo da deformidade, um assunto popular
para anatomistas nos séculos XVIII e XIX. Willem escreveu extensivamente
sobre deformidades, incluindo ciclopia, a patogênese de anomalias congênitas e
gêmeos siameses. Sua coleção pessoal de espécimes construída sobre a de
seu pai, resultando em vários milhares de itens deixados para trás em sua
morte.
A coleção foi comprada pela cidade de Amsterdã em 1869 e
acabou encontrando seu lar na universidade. Outras coleções anatômicas
foram adicionadas ao museu ao longo dos anos, incluindo uma coleção de
patologia óssea, uma coleção dentária e outros espécimes
teratológicos. Também há vários espécimes de animais na coleção.
Desde 1994, 150 espécimes exibindo estranhezas anatômicas
ou deformações estão em exibição.
Aberto de segunda a sexta, das 11h às 17h. A entrada será
de € 7,50 para adultos e cerca de € 3 para crianças a partir de setembro de
2018. A visita guiada para um grupo de até 15 visitantes é possível mediante
agendamento prévio com o Departamento de Anatomia e Embriologia da o AMC, que
supervisiona o museu (€ 50).
Como chegar: O Museu está localizado no Centro Médico
Acadêmico no J0 (J-zero). De metro: saia na estação Holendrecht e caminhe 8
minutos. De ônibus: linhas 45, 46, 47 (parada AMC), ande dois
minutos. De automóvel: siga para o AMC para sul ao longo da A2 em direcção
a Utrecht, saia na AMC e siga as indicações; estacione o seu carro num dos
parques de estacionamento de visitantes, siga pelo corredor do primeiro piso
até ao edifício principal (piso 0) e chegue a qualquer uma das recepções AMC
localizadas em cada entrada. De lá, você receberá instruções sobre como
chegar ao museu.
Em meados de 2007, uma história no mínimo curiosa foi publicada no “New
England Journal of Medicine” sobre um gato que poderia “prever” as mortes de
pacientes em um asilo várias horas antes de essas pessoas virem a óbito. De
acordo com a matéria, Oscar, nome do bichano, fez pelo menos 25 previsões que
se saíram bem sucedidas, quando os pacientes morreram algumas horas depois de o
gato de sentar no colo delas. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a
capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato
assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo
agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora
do quarto de um paciente morrendo, miando atrás da porta.
Essa história do gato Oscar fez pipocar na mídia uma série de
atos que os animais poderiam fazer durante a rotina; além de cães farejadores
de drogas, teríamos agora cachorros que farejam câncer, diabetes, problemas
vasculares, gatos salvando seus donos, entre outros. De acordo com os
parapsicólogos, era, finalmente, a medicina descobrindo o sexto sentido animal.
Todos começaram a se perguntar como Oscar fazia isso com os velhinhos do asilo.
Especialistas em animais formularam várias explicações, mas a maioria dos
cientistas concorda que provavelmente isso tem a ver com um cheiro específico
produzido por pacientes terminais. Em outras palavras, pessoas que estão
morrendo exalam cheiro de determinados produtos químicos que não são
detectáveis por seres humanos, mas que poderiam provocar o olfato de Oscar. Um
especialista em felinos disse que os gatos podem sentir doenças em seus amigos
humanos e animais.
Quanto a por que ele faz vigília próximo aos pacientes, Oscar poderia
estar imitando o comportamento da equipe que passa mais tempo com pacientes que
estão morrendo. Um especialista em animais sugeriu que pode ser que Oscar
simplesmente aprecia o conforto de cobertores aquecidos colocados em pacientes
que estão morrendo. Histórias de animais com habilidades notáveis não são
raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de
câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir
evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem
de epilepsia grave usam cães especialmente treinados fornecidos por
instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões
iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal.
Há algum tempo, a “British Medical Journal” publicou os resultados de um estudo
sobre a possibilidade de cães detectarem a presença de câncer de bexiga. Um
grupo de cachorros detectou corretamente o câncer em 22 dos 54 casos, o que
significa 41% de acerto, quando a probabilidade desse diagnóstico ao acaso
seria de apenas 14%. Apesar de estarmos acostumados a ouvir falar de cães que
aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais
curioso. Gatos, diferentemente de cães ou mesmo elefantes, não são associados a
um comportamento altruístico ou empático. Cientistas acreditam que cães podem
sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que
precisavam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido
ou doente.
De acordo com os veterinários, não estamos falando em nenhum sexto sentido ou
paranormalidade, mas sim num ramo da ciência que vem ganhando corpo nos últimos
anos: a etologia, especializada no comportamento dos animais. Seria quase uma
psicologia comportamental do mundo animal. Segundo os etólogos, esses animais
que farejam doenças e mortes têm uma capacidade sensorial extremamente apurada,
como olfato, visão, audição etc.
Veja o caso do morcego, relacionado a forças malignas por voar na escuridão:
sua visão é muito inferior à das pessoas, mas ele é dotado de um sistema que o
permite emitir e ouvir ultrasons – sons de frequências superiores às audíveis
pelos humanos – e consegue se orientar espacialmente com essa espécie de sonar.
Elefantes, ao contrário, são sensíveis aos infrasons – o que permite, por
exemplo, a um indivíduo desgarrado encontrar a manada mesmo que ela esteja a
muitos quilômetros de distância.
Segundo os parapsicólogos, esse é o primeiro passo de reconhecimento
daquilo que o folclore e o senso comum sempre disseram: os animais têm um sexto
sentido, e têm como objetivo ajudar os seres humanos em risco neste plano
terrestre e prepará-los para o outro plano, após a morte. Assim posto, a
parapsicologia não refuta a etologia; pelo contrário: ela afirma que esse novo
estudo racionaliza aquilo que o ser humano sempre correlacionou à emoção. O
amor do animal para com seu dono e sua lealdade.