domingo, 2 de outubro de 2016

Os demônios que correspondem a cada pecado capital


Durante o século XVI, Peter Binsfeld, um teólogo e bispo alemão, famoso por integrar a campanha sanguinária de caça às bruxas da época, atribuiu um demônio a cada um dos pecados capitais. Convencido de que o exército de Satanás estava usando vários servos para apartar os fiéis do caminho do bem, ele alertava em seu tratado sobre as múltiplas faces utilizadas pelo mal. 

À luxúria correspondia Asmodeus, que teria tido milhares de filhos demoníacos com Lilith, a primeira esposa mitológica de Adão. 

O demônio da gula era Belzebu, um dos príncipes das trevas. 

Mamon era o senhor da avareza. O nome em hebreu pode ser traduzido como tesouro, dinheiro ou riqueza. 

À preguiça ele atribuiu o temível Belphegor, responsável por levar os homens a um caminho de indolência, prometendo riquezas sem esforço. 

Ámon foi o demônio da ira. Capaz de conhecer o passado e o futuro, ele era o responsável por vigiar aqueles que haviam feito um pacto com o diabo. 

Leviatã era o príncipe da inveja. Ele era representado como um monstro marinho, possivelmente uma encarnação da serpente que tentou Adão e Eva no paraíso. 

Lúcifer, o anjo banido dos céus por desafiar o poder de Deus, foi considerado o demônio da soberba. 

As Ruínas de Pompeia lugar mais morbido da terra

Pompeia ou Pompeios
Foi outrora uma cidade do Império Romano situada a 22 km da cidade de Nápoles, na Itália, no território do atual município de Pompeia. A antiga cidade foi destruída durante uma grande erupção do vulcão Vesúvio em 79, que provocou uma intensa chuva de cinzas que sepultou completamente a cidade. Ela se manteve oculta por 1600 anos, até ser reencontrada por acaso em 1748. Cinzas e lama protegeram as construções e objetos dos efeitos do tempo, moldando também os corpos das vítimas, o que fez com que fossem encontradas do modo exato como foram atingidas pela erupção. Desde então, as escavações proporcionaram um sítio arqueológico extraordinário, que possibilita uma visão detalhada na vida de uma cidade dos tempos da Roma Antiga. Considerada patrimônio mundial pela UNESCO, atualmente Pompeia é uma das atrações turísticas mais populares da Itália, com aproximadamente 2 500 000 visitantes por ano.

Historia
As escavações arqueológicas estenderam-se ao nível da rua quando do evento vulcânico de 79; escavações aprofundadas em partes mais antigas de Pompeia e amostras de solo de perfurações em locais vizinhos expuseram camadas de um sedimento misto que sugere que a cidade fora atingida por eventos vulcânicos e sísmicos em outras ocasiões. Três placas de sedimento foram detectadas na cobertura de lava que repousava sobre a cidade e, misturado ao sedimento, arqueologistas encontraram amostras de osso animal, cacos de cerâmica e plantas. Utilizando o método de datação por carbono, foi descoberto que a camada mais antiga pertencia aos séculos VIII-VI a.C., data aproximada da fundação da cidade. As outras duas camadas separam-se das demais por camadas de solo trabalhado ou pavimento romano, constituídas por volta dos séculos IV e II a.C.. Especula-se que as camadas de sedimento misto tenham sido criadas por imensos deslizamentos, provocados provavelmente por chuva constante. 

Primórdios
A cidade foi fundada por volta dos séculos VI e século VII pelos oscos, um povo da Itália central, no local onde situava-se um importante cruzamento entre CumasNola e Estábia. O local já havia sido utilizado anteriormente como porto seguro pelos marinheiros gregos efenícios. De acordo com Estrabão, Pompeia foi capturada pelos etruscos, e escavações recentes de fato mostraram a presença de inscrições etruscas e uma necrópole do século VI a.C. A cidade fora capturada pela primeira vez pela colônia grega de Cumas, aliada aSiracusa, entre 525 e 474 a.C..
No século V a.C., ela foi recapturada pelos sâmnios, juntamente com todas as outras cidades em torno de Campânia. Os novos governantes então impuseram seu estilo de arquitetura, ampliando a cidade. Após as Guerras Samnitas, Pompeia foi forçada a aceitar o status de socium de Roma, mantendo, no entanto, autonomia linguística e administrativa. A cidade foi fortificada no século IV a.C., e durante a Segunda Guerra Púnica permaneceu fiel a Roma.
Pompeia integrou a guerra que as cidades de Campânia empreenderam contra Roma, mas em 89 a.C. foi dominada por Sula. Embora uma parte da Liga Social, liderada por Lúcio Cluêncio, tenha auxiliado na resistência aos romanos, Pompeia foi forçada a se render em80 a.C. após a conquista de Nola, culminando com a tomada de terras pelos veteranos de Sula, enquanto aqueles contrários a Roma foram expulsos de suas casas. Tornou-se uma colônia romana sob o nome Colônia Cornélia Venéria dos Pompeianos (em latimColonia Cornelia Veneria Pompeianorum), transformando-se num importante corredor de bens que chegavam do mar e precisavam ser transportados a Roma ou ao sul da Itália através da vizinha via Ápia. A produção de água, vinho e agricultura também tornou-se aspecto importante da cidade.
O abastecimento de água era feito por uma ramificação do Água Augusta, construído em 20 a.C. por Agripa; o canal principal abastecia diversas outras cidades grandes, e por fim a base naval de Miseno. O castelo de Pompeia permaneceu bem conservado com o tempo, e inclui muitos detalhes da rede de distribuição e seus controles.
A cidade escavada oferece uma amostra da vida romana no século I, congelada no momento em que foi sepultada pela erupção doVesúvio em 79. O fórum, os banhos, muitas casas, e algumas vilas nos arredores, como a Vila dos Mistérios, permaneceram incrivelmente bem preservadas.
Pompeia era um lugar movimentado, e evidências demonstram diversos detalhes do cotidiano da cidade. No chão de uma das casas, por exemplo, está a inscrição Salve, lucru (Bem-vindo, dinheiro), no local onde funcionava um comércio; jarras de vinho trazem um dos primeiros exemplos de trocadilho mercadológico, Vesuvino (combinando as palavras em latim para Vesúvio e vinho); e nas paredes,grafite mostram exemplos verdadeiros do latim de rua (o latim vulgar, um dialeto diferente do latim clássico ou literário).
Em 89 a.C., após a ocupação definitiva da cidade pelo general romano Lúcio Cornélio Sula, Pompeia foi finalmente anexada à República Romana. Nesta época, a cidade passou por um amplo processo de desenvolvimento infraestrutural, a maior parte concluída durante o período Agostiniano. Da arquitetura do período destacam-se um anfiteatro, uma palestra com uma piscina central (usada para fins decorativos), um aqueduto que abastecia as aproximadamente 25 fontes de rua, pelo menos quatro banhos públicos, um grande número de domus e casas de comércio. O anfiteatro, em particular, foi citado por estudiosos modernos como um exemplo de design sofisticado, especificamente no quesito de controle de multidões. O aqueduto era ligado aos três encanamentos principais do castelo da água (emlatimCastellum Aquae), onde a água era coletada antes de ser distribuída à cidade.
O grande número de afrescos também ajudaram a formar uma imagem da vida cotidiana na época, representando um enorme avanço na história da arte do mundo antigo, com a inclusão dos estilos pompeanos. Alguns aspectos culturais eram marcadamente eróticos, incluindo a veneração ao falo. Uma expressiva coleção de objetos e afrescos eróticos foi reunida em Pompeia, mas, considerada "obscena", permaneceu até recentemente escondida em um "museu secreto" na Universidade de Nápoles


67-79
Na época da erupção, a cidade tinha aproximadamente 20,000 habitantes, estando localizada na região onde os romanos mantinham suas vilas de férias. Os moradores já haviam se habituado a tremores de terra de pequena intensidade, mas, em 5 de fevereiro de 62, um grave sismo provocou danos consideráveis na baía e particularmente em Pompeia. Acredita-se que o terremoto tenha atingido uma intensidade de 5 ou 6 na escala Richter, provocando caos na cidade, então em festividades. Templos, casas e pontes foram destruídos, e as cidades vizinhas de Herculano e Nuceria foram também afetadas. Não se sabe quantas pessoas deixaram Pompeia, mas um número expressivo mudou-se para outros territórios do Império Romano, enquanto as remanescentes deram início à árdua tarefa de superar os saques, fome e destruição, enquanto tentavam reconstruir a cidade.
Pesquisas recentes tentam estabelecer quais estruturas estavam sendo reconstruídas na época da erupção. Algumas das pinturas mais antigas e danificadas podem ter sido cobertas por novas, e instrumentos modernos são utilizados para desencobrir os afrescos ocultos. Especula-se que a razão de as reformas persistirem dezessete anos depois do sismo foi o aumento da frequência de pequenos terremotos, que por sua vez levaram à erupção.
                                     
                     
                                  Erupção do Vesúvio

Por volta do século I, Pompeia era uma das várias cidades localizadas no entorno do Vesúvio. O local tinha uma população expressiva, que se mantinha próspera graças à renomada terra fértil da região. Muitas das localidades vizinhas a Pompeia, como Herculano, também sofreram danos e destruição severa com a erupção de 79.
Um estudo vulcanológico multidisciplinar e bio-antropológico das consequências e vítimas da erupção, aliado à simulações e experimentos numéricos, indicam que no Vesúvio e nas cidades circunvizinhas, o calor foi a principal causa de morte, no que anteriormente se supunha ser devido às cinzas e sufocação. Os resultados do estudo demonstram que a exposição ao calor de pelo menos 250 °C a uma distância de 10 quilômetros da erupção foi suficiente para causar morte instantânea, mesmo daqueles abrigados em construções.A população e construções de Pompeia foram cobertos por doze diferentes camadas de piroclasto, que caiu durante seis horas e totalizou 25 metros de profundidade. Plínio, o Jovem forneceu um relato de primeira-mão da erupção do Vesúvio de sua posição em Miseno, do outro lado do golfo de Nápoles, numa versão escrita 25 anos após o evento. A experiência provavelmente ficou gravada em sua memória devido ao trauma da ocasião e também pela perda de seu tio, Plínio, o Velho, com o qual ele tinha uma relação próxima. Seu tio morreu enquanto tentava resgatar vítimas isoladas; como almirante da armada, ele havia ordenado que os navios da Marinha Imperial atracados em Miseno atravessassem o golfo para auxiliar nas tentativas de evacuação. Os vulcanologistas reconheceriam mais tarde a importância dos relatos de Plínio, o Jovem ao definir situações semelhantes às da erupção do Vesúvio como "plinianas".
A erupção foi documentada por historiadores contemporâneos e, em geral considera-se, a partir do texto de Plínio, que tenha começado em 24 de agosto de 79. As escavações arqueológicas, no entanto, sugerem que a cidade foi dizimada aproximadamente dois meses depois. Isto é confirmado por outra versão do texto, que estabelece a data da erupção como 23 de novembro. As pessoas sepultadas nas cinzas parecem vestir trajes mais quentes do que as roupas de verão que poderiam estar vestindo em agosto. As frutas frescas e vegetais nas lojas são típicos de outubro, enquanto que as frutas de verão típicas de agosto já estavam sendo vendidas de forma seca ou em conserva. As jarras de fermentação de vinho estavam seladas, e isto costumava ocorrer por volta do final de outubro. Entre as moedas encontradas na bolsa de uma mulher, estava uma que trazia uma homenagem ao décimo-quinto ano do imperador no poder, concluindo-se daí que ela só poderia ter sido cunhada na segunda semana de setembro. Até hoje, não há uma teoria definitiva sobre a razão de uma discrepância tão grande entre as datas










Redescoberta

"Jardim dos Fugitivos", com os moldes em gesso das vítimas do Vesúvio
Depois que as grossas camadas de cinzas cobriram Pompeia e Herculano, estas cidades foram abandonadas e seus nomes e localizações eventualmente esquecidos. A primeira vez em que parte delas foi redescoberta foi em 1599, quando a escavação de um canal subterrâneo para desviar o curso do rio Sarno esbarrou acidentalmente em muros antigos cobertos de pinturas e inscrições. O arquiteto Domenico Fontana foi então chamado, e ele escavou alguns outros afrescos antes de mandar que tudo fosse coberto novamente. Tal procedimento foi visto posteriormente tanto como um ato de preservação do sítio para gerações posteriores quanto um ato de censura, considerando-se o conteúdo sexual das pinturas e o clima moralista e classicista da contra-reforma na época.
Herculano foi apropriadamente redescoberta em 1738 por operários que escavavam as fundações do palácio de verão do Rei de Nápoles, Carlos III. Pompeia foi redescoberta como resultado de escavações intencionais realizadas em 1748 pelo engenheiro militar espanhol Rocque Joaquin de Alcubierre. As duas cidades passaram então a ser exploradas, revelando muitas construções e pinturas intactas. Carlos III demonstrou bastante interesse nas descobertas, mesmo após se tornar rei da Espanha, pois a exibição das antiguidades reforçava o poder político e cultural de Nápoles.
As primeiras escavações profissionais foram supervisionadas por Karl Weber. Em seguida foi a vez do engenheiro militar Francisco la Vega, que em 1804 foi sucedido por seu irmão Pietro. Em 1860, as escavações foram assumidas por Giuseppe Fiorelli. No começo da exploração, descobriu-se que espaços vagos ocasionais nas camadas de cinzas continham restos humanos. Foi Fiorelli que percebeu que aqueles eram espaços deixados por corpos decompostos, desenvolvendo então uma técnica de injetar gesso neles para recriar perfeitamente o formato das vítimas do Vesúvio. O resultado foi uma série de formas lúgubres e extremamente fiéis dos habitantes de Pompeia incapazes de escapar, preservados em seu último instante de vida, alguns com uma expressão de terror claramente visível. Esta técnica é utilizada até hoje, mas com resina no lugar do gesso, por ser mais durável e não destruir os ossos, o que permite análises mais aprofundadas.[14]
Em 1819, quando o rei Francisco I das Duas Sicílias, acompanhado de sua esposa e filha, visitou uma exposição sobre Pompeia no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, ficou tão constrangido com as obras de arte eróticas que decidiu encerrá-las em um gabinete secreto, acessível apenas a "pessoas maduras e de moral respeitável". Aberta, fechada, reaberta novamente e por fim lacrada por quase 100 anos, a câmara foi tornada acessível novamente no final da década de 1960, e finalmente reaberta para visitação em 2000. Menores de idade, no entanto, só podem visitar o ex-gabinete secreto na presença de um responsável ou com autorização por escrito.


Feitiçaria em ascensão na África do Sul


Uma triste verdade à respeito de ficção de horror é que não importa o quão terríveis as situações inventadas pelos autores, o mundo real sempre será capaz de superá-las.

Pouco do que se inventa chega aos pés das coisas horríveis que se pratica, realiza ou impinge no mundo real. O caso a seguir é parte de uma reportagem investigativa à respeito de práticas envolvendo feitiçaria na África do Sul às vésperas da Copa do Mundo de 2010.

O desaparecimento de Sibisuso Nhatave, um garoto de 14 anos, deu início a uma intensa busca policial na província de KwaZulu-Natal no leste de Durban, uma das principais cidades da África do Sul. As autoridades temem que o desaparecimento esteja relacionado com a crescente onda de feitiçaria que o país vem experimentando nos últimos anos e que o rapaz seja mais uma vítima dos praticantes de magia negra.

Sibisuso desapareceu enquanto retornava do colégio, amigos próximos a ele afirmam que essa foi a terceira vez que elementos ligados a clans praticantes de feitiçaria tentaram sequestrar o rapaz. Sibisuso é albino e para algumas tribos, o albinismo é visto como uma manifestação mística. Em termos gerais, o sacrifício de uma criança albina é consideravelmente mais valioso que o de uma criança comum.

Albinismo é uma condição genética hereditária, uma degeneração na pigmentação da pele cujo efeito é pele, olhos e cabelos claros. Tal condição é vista nessa parte da África como uma ligação mágica com o mundo espiritual. Os albinos segundo as crenças são abençoados por espíritos ou possuem uma ligação mística latente que os diferencia. Essa crença tem colocado em risco a vida de inocentes.

Jornais da África do Sul vêm chamando a atenção para esses casos há meses. Uma verdadeira febre de feitiçaria têm se espalhado entre a população que redescobriu alguns antigos costumes tribais. Templos rústicos nos subúrbios super-populosos na Cidade do Cabo, Durban, Pretória, Maputo e Johannesburgo se multiplicam, conduzindo abertamente rituais que eram até algumas décadas atrás duramente reprimidos pelo regime do Apartheid.

"Muitas pessoas acreditam que essas coisas acontecem apenas nas áreas rurais ou bem longe das cidades, mas estão enganadas", comentou o detetive Borand Treassouque trabalha em Durban. "Feitiçaria e rituais que envolvem sacrifícios humanos são mais comuns do que se pode imaginar, e eles estão acontecendo nas grandes cidades, envolvendo um número cada vez maior de pessoas".

Para reforçar seu ponto, o policial apresentou alguns panfletos que são distribuídos nas ruas de Durban. Neles, alegados feiticeiros e shamans prometem vantagens para aqueles que buscarem seu aconselhamento. Alguns prometem ser capazes de interceder junto a espíritos por intermédio de cerimônias de sacrifício. "É claro, nenhum feiticeiro diz publicamente que realiza sacrifícios, mas eles ocorrem e todos sabem disso".

Treassou apresentou também um vídeo filmado pelos policiais durante uma batida a um desses templos nos arredores da província de Famasi. Nele podem ser vistas centenas de pessoas participando de uma espécie de ritual de magia negra onde crianças seriam sacrificadas.

A irmã mais velha de Sibisuso, Zulmira Nhatave que também é albina confirma essa informação: "Tivemos de nos mudar várias vezes. Tínhamos medo que algo pudesse acontecer, pois há pessoas muito más que perseguem pessoas como eu e meu irmão", relatou a garota que ainda teme pela sua vida.

A polícia de Durban realizou pelo menos 14 grandes operações para coibir a prática de magia negra. "Em mais de uma ocasião testemunhamos concentrações de 300 pessoas envolvidas nas celebrações" contou o policial. As diligências da recém criada Secretaria de Repressão aos Crimes envolvendo tradições étnicas, efetuou mais de 200 prisões. A divisão tem um apelido muito sugestivo, são chamados de "Caçadores de Feiticeiros".

Apesar dos esforços das autoridades é muito difícil combater esse tipo de crime na África do Sul. Em primeiro lugar porque o país ainda se encontra muito sensibilizado à respeito de qualquer tipo de proibição imposta a liberdade religiosidade. Por décadas, o povo sul-africano foi proibido de exercer sua cultura religiosa e quando o Apartheid enfim foi desarticulado uma das primeiras leis instituídas foi a que garantia liberdade religiosa. Na verdade muitos grupos chamam a Secretaria de Repressão de fascista e criticam a sua ação.

"Recebemos muitas ameaças" revelou um investigador ligado à secretaria, "é claro, fazemos nosso trabalho, mas tememos pela segurança de nossas famílias e entes queridos". O mesmo policial que não quis se identificar disse que alguns de seus colegas simplesmente desistiram de trabalhar nessa divisão por temer a ação das gangues comandadas pelos feiticeiros. Policiais foram assassinados e famílias aterrorizadas.

Enquanto isso, albinos continuam a se sentir ameaçados. Assim como o rapaz desaparecido e sua irmã, Jogo Yathave, de 16 anos, morador de Pretória se diz aterrorizado. Segundo ele, muitos jovens albinos vivem com medo e evitam sair de casa sozinhos depois do cair da noite. "Há gangues especializadas em encontrar, perseguir e raptar jovens que são vendidos como sacrifício. Jovens albinos podem valer muito para esses criminosos".

 No passado, albinos eram vistos como pessoas de sorte; um costume muito popular envolvia apertar a mão de albinos e assim obter "boa sorte". Mas hoje as coisas são bastante diferentes. O número de mulheres e meninas albinas vítimas de violência sexual é alarmante. Algumas pessoas acreditam que ter relações com uma mulher albina traz virilidade. Práticas denvolvendo magia negra sempre fizeram parte da cultura sul-africana, mas nos últimos anos elas tem conquistado um grande número de adeptos. O grande número de "casas de ritual" é prova cabal dessa ascensão espiritual. O número delas segundo um levantamento oficial aumentou 200% nos últimos dois anos.








"Nada temos contra manifestações pacíficas religiosas" disse o porta voz da Secretaria, "nossa meta é reprimir as formas de violência e coerção". O trabalho não têm sido tão fácil. Sofrendo ameaças e pressões, os "Caça Feiticeiros" operam com cuidado e gravam cada uma de suas operações para demonstrar que agem dde acordo com a lei. Eles acabam enfrentando grupos capazes de verdadeiras atrocidades.

"Já houve casos em que quadrilhas chefiadas por feiticeiros vendiam órgãos arrancados de crianças e guardados em garrafas. Em outro caso horrendo um bruxo foi preso com um cobertor feito com a pele de albinos". disse Treassou. Nas ruas de Durban há um verdadeiro mercado negro envolvendo sangue, cabelos e genitais de albinos que podem ser negociados no submundo das grandes cidades. Nesses lugares quase tudo pode ser comprado e obtido.

A Magia Negra também parece estar em alta em nações no norte do continente, em países como aTanzânia, o governo instituiu leis para combater o problema. Lá, garotas albinas tem sido estupradas por homens que acreditam que elas tem o poder de curá-los da AIDS.

Lawrence Mthombeni, um político negro e albino da África do Sul comentou: "Há crenças absurdas em certas comunidades negras. Algumas pessoas acreditam que albinos envelhecem mais lentamente ou que falam com fantasmas". Em outras, nem mesmo a morte livra os albinos das depredações: túmulos e sepulturas são violadas e partes dos cadáveres simplesmente roubadas, alcançando um grande preço como artefatos mágicos.

A aparência física dos albinos é bastante distinta entre a população de maioria negra e fácil de ser percebida. Autoridades internacionais cobram medidas enérgicas do governo sul-africano, sobretudo diante da realização de um evento importante como a Copa do Mundo (esse artigo foi publicado em 2010).

"Se as pessoas fossem melhor informadas essas coisas não aconteceriam. Há muita desinformação e ganânica em ação aqui".

residente da Sociedade dos Curandeiros Tradicionalistas, Sazi Mhlongo roga ao governo para que decrete ilegal a prática da feitiçaria na África do Sul.

"Pessoas que negociam muti (sangue) com os espíritos são bruxos. Eles precisam ser combatidos. Mas há sacerdotes decentes que não se envolvem com esse tipo de ritual, é preciso haver uma separação criteriosa", disse ele.

Para Mhlongo existem muitos aproveitadores que se apresentam como feiticeiros ou sacerdotes. "A maioria deles não passam de criminosos interessados em ganhar dinheiro fácil explorando as superstições alheias".

Existem cerca de 12,500 indivíduos com albinismo na África do Sul em uma população de 50 milhões. No mundo uma em cada 17,000 pessoas nasce com uma desordem de pigmentação.