terça-feira, 17 de setembro de 2019

Diogo Alves a cabeça de um maniaco.


Diogo Alves nasceu na Espanha, em 1810. Algum tempo depois, foi tentar a vida em Lisboa, onde passou a cometer crimes, ninguém sabe por qual motivo. Historiadores dizem que ele era analfabeto e rude e que tinha uma namorada, Gertrudes Maria, que o incentivava a cometer os delitos. Em 1836, Diogo começou a matar. Seu lugar de ação era o Aqueduto das Águas Livres, um sistema de captação e transporte de água construído no século 18 e que tem 58 km de extensão – seu ponto mais alto tem 65 m de altura. As vítimas eram viajantes, comerciantes e estudantes que usavam um caminho estreito no alto do aqueduto como atalho para o centro de Lisboa


Diogo surpreendia as vítimas, roubava seus pertences e as matava, atirando-as do alto do aqueduto. Como eram pessoas pobres, a polícia não se esforçava para investigar, e as mortes geralmente eram tratadas como suicídios. Com o tempo, porém, os assassinatos de Diogo ficaram tão frequentes que o caminho foi fechado devido à “onda de suicídios”. Alguns relatos dizem que, antes mesmo de o aqueduto ser fechado, Diogo já atacava residências, liderando uma gangue. Além de roubarem, eles matavam os moradores. Diferentemente dos crimes do aqueduto, essas invasões domiciliares eram noticiadas nos jornais e chamavam a atenção da polícia.
O que colocou Diogo definitivamente no radar das autoridades foi o assassinato da esposa e dos dois filhos de um médico. As vítimas foram amarradas, torturadas e depois sufocadas. “Roubo acompanhado de horroroso assassinato” e “cruéis assassinatos de toda a família” foram estampados nas páginas dos jornais. Diogo acabou reconhecido por testemunhas, preso e condenado pela morte das três vítimas. Foi enforcado em fevereiro de 1841 no que seria a última execução de uma pena de morte em Portugal. Os crimes do aqueduto acabaram sendo atribuídos a ele, mas nunca foram devidamente investigados. Especula-se que ele possa ter matado mais de 70 pessoas.
A morte não foi o final da história de Diogo. Na época, estava em alta a frenologia, método que busca a determinação de características da personalidade de uma pessoa por meio do estudo da anatomia de seu crânio. Por isso, o médico José Lourenço da Luz Gomes pediu às autoridades para ficar com a cabeça de Diogo para estudá-la. E conseguiu. A cabeça de Diogo foi colocada no formol e permanece conservada até hoje. Ela está na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.




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