sábado, 2 de março de 2019

Bonnie e Clyde a verdadeira história.


O casal de jovens impulsivos ficou famoso por uma série de assaltos pelo interior dos Estados Unidos no início da década de trinta. Uma fuga frenética pelas estradas vicinais americanas entre os anos de 1931 e 1934, com uma ampla cobertura da imprensa, quando intercalavam assaltos e fugas espetaculares, deixou um saldo de nove policiais mortos e muitos outros civis. O frenesi de amor e crime só parou quando ambos foram impiedosamente cravados de balas numa estrada da Louisiana, em 23 de maio de 1934.


BONNIE

Bonnie Elizabeth Parker, foi muitas vezes idealizada como sendo a líder da gangue, que planejava todas as ações, contudo os registros mostram que ela era apenas uma garota extremamente influenciada por Clyde, o verdadeiro líder da gangue, a quem ela idolatrava e seguia cegamente. Bonnie era uma texana nascida em Rowena a primeiro de outubro de 1910, viveu nesta cidade até a morte de seu pai, Charles Parker, no último dia do ano de 1914, quando ela contava com apenas quatro anos de idade. Sua mãe, Emma Krause, mudou-se com as três crianças para Cement City, subúrbio industrial de Dallas. Paradoxalmente, em meio a economia em ascenção, os redutos industriais eram as esperanças de emprego e uma vida decente, contudo deixavam uma grande periferia empobrecida que se enveredava pelo submundo da criminalidade. Esta situação se agravaria muito, anos depois, na Grande Depressão que atingiria os Estados Unidos no fim da década seguinte, Bonnie Parker se tornou uma jovem miúda de compleição frágil, loira, com 1,47m de altura e menos de 45 quilos. Intelectualmente a menina costumava se destacar. Em 1922 venceu o concurso de soletrar como representante infantil de Cement City. Gostava muito também de escrever, tendo bons trabalhos em poemas. Alguns ficaram bem conhecidos após a sua morte, como “The Story of Suicide Sal” e “The Trail’s End”. Muitos a consideravam uma bonequinha e logo encontrou alguém que a queria desposar. Roy Thornton, de 16 anos, ficou apaixonado por aquela pequena menina de cabelos curtos e cacheados, com vasto sorriso bondoso. Ela, que era do tipo extremada e impulsiva, deixou a escola ela estava no segundo ano do curso secundário e se casou com Thornton em 25 de setembro de 1926, pouco antes de completar 16 anos de idade. Ele não era exatamente o futuro promissor para a jovem; era metido com um grupinho de encrenqueiros de West Dallas. Em pouco tempo deixaria suas intenções de soldador para realizar pequenos furtos e roubos. Em breve Bonnie se acostumaria com seus sumiços, por estar preso ou foragido da justiça.
A jovem arranjou um emprego de garçonete e depois de muito tempo sem ver Thornton, desistiu definitivamente dele em 1929. O caminho ficou aberto para sua nova paixão desenfreada, Clyde Barrow, que conheceu em janeiro de 1930.



CLYDE

Clyde Chestnut Barrow, nasceu a 24 de março de 1909 em Telico, Texas, uma cidade próxima a Dallas. Ele foi o quinto dos sete filhos do casal Henry Basil Barrow e Cumie T. Walker. Família que deixou o campo na esperança de dias melhores na cidade. Clyde começou cedo sua carreira de inconsequências; no outono de 1926 alugou um carro para ir ao Texas atrás de sua namorada, com quem havia brigado, Eleonor Williams. Envolvido em tentar impressionar a garota e sua mãe, não devolveu o carro, o qual havia alugado por apenas 12 horas, e acabou preso. De volta às ruas, com seu irmão Buck (Marwin Barrow), rapidamente achou o caminho da cadeia, sendo pego com um carro cheio de perus roubados.
Clyde conseguiu manter uma certa regularidade de emprego entre 1927 e 1929; contudo sua ânsia de conseguir dinheiro fácil, fazia com que sempre estivesse metido com furtos de lojas e carros, que o levou a ser preso mais algumas vezes e, finalmente, em 1930, foi levado para Eastham Prison Farm. Nesta prisão Clyde amadureceu criminalmente. Conforme o relato de um interno que conheceu Clyde, Ralph Fults, havia um prisioneiro em Eastham Prison Farm chamado Ed Crowder que gostava de "pegar" o criminoso com cara de garotinho, o “escolar” Barrow, e fazer sexo anal com ele. Violentado diversas vezes, Clyde Barrow pode ter sido o responsável pelo assassinato deste sujeito, encontrado morto com a cabeça aberta por uma chave inglesa; embora outro preso, Aubrey Scalley, tenha assumido o crime.
Nos anos que se seguiriam, Clyde faria carreira assaltando postos de gasolina, lojas e de dez a quinze bancos. Daria também uma fama extra a sua arma preferida o Rifle Automático Browning modelo 1918 (BAR M1918).

BONNIE & CLYDE

Bonnie conheceu Clyde em janeiro de 1930 quando morou temporariamente na casa de uma amiga em Eagle Ford Street, a qual ela estava ajudando por estar com o braço quebrado. Instantaneamente iniciou uma paixão recíproca que acabou sendo interrompida pela prisão de Clyde em Eastham Prison Farm. Eles ficariam um bom tempo afastados, o que esfriaria bastante o relacionamento por parte de Bonnie, mas não de Clyde, que estava preso. Para se livrar do trabalho extenuante da prisão Clyde pediu seu amigo prisioneiro,  Fults, que desse uma machadada no seu pé, a fim de inutilizá-lo e garantir descanso no hospital. E assim aconteceu em meados de janeiro de 1932, a machadada decepou a ponta do dedão e do seu vizinho. A 2 de fevereiro, o intenso trabalho de sua mãe, Cumie, para libertá-lo foi recompensado; ela conseguiu sua condicional e ele estava fora da cadeia. Se tivesse esperado mais um pouco...
Clyde, fora da prisão, encontrou Bonnie namorando outro rapaz, Tom. Mas ao ver Clyde novamente livre, sua ânsia por aventuras reavivou a chama do amor e ela imediatamente se jogou em seus braços, voltando a ser sua garota. Clyde sabia que nunca poderia dar-lhe nenhum conforto trabalhando honestamente, por isso nem pensou em largar a sua carreira criminosa. Por outro lado saiu obcecado para se vingar do sistema prisional. Assim se associou a Ralph Fults para formar um grupo cujo objetivo principal seria coletar dinheiro e armamento suficientes para fazer um ataque a Eastham Prison Farm, promovendo uma libertação geral. A 19 de abril de 1932, durante a tentativa de furto a uma loja em Kaufman, Texas, as coisas deram errado e a quadrilha acabou cercada. Clyde, na primeira oportunidade, não hesitou em abandonar o seu amor e fugir. Bonnie e Fults foram presos. Bonnie estaria solta em poucos meses, ganhando a liberdade em 17 de junho do mesmo ano. Poucos dias depois da prisão de Bonnie (em 30 de abril), Clyde participou de um assalto em Hillsboro, Texas, no qual o dono da loja foi morto. Esta foi a primeira acusação de assassinato de Clyde.


No dia 5 de agosto Bonnie foi visitar sua mãe, deixando Clyde livre para fazer asneiras. Clyde estava se embriagando com seus comparsas, Raymond Hamilton e Everret Milligan, em Atoka Country, Oklahoma. Quando o xerife C.G. Maxwell se aproximou, Clyde Barrow e Hamilton se apavoraram e abriram fogo. O xerife foi ferido com sete tiros. O subxerife, Eugene C. Moore, sacou sua arma para auxiliar o xerife já caído, mas antes mesmo que pudesse atirar foi atingido por um tiro de espingarda e caíu morto instantaneamente. Seria o primeiro homem da lei a morrer pelas armas da quadrilha de Clyde.
Depois deste assassinato Clyde pegou Bonnie e foram se esconder no Novo México, na casa da tia de Bonnie, Millie Stamp. Ao perceber coisas estranhas a tia de Bonnie não hesitou em informar a polícia. Isto resultou numa inspeção do subxerife Joe Johns na casa da senhora. Pego de surpresa, o subxerife foi levado e feito refém por centenas de quilômetros, sendo liberado já próximo a San Antonio.
 No fim de novembro, em Oronogo, Missouri, Clyde assaltou um banco acompanhado de Frank Hardy e Hollis Hale. Houve reação e um intenso tiroteio. O saldo final foi de 80 dólares, que foi dividido pelos três. No dia seguite, Clyde ficou sabendo que o montante roubado teria sido 500 dólares. O ladrão fora roubado.
 Na noite de natal de 1932 a quadrilha havia crescido.  Quando tentavam roubar um carro em Temple, Texas, William Daniel Jones, amigo do irmão caçula de Clyde, deixou sua marca de ignorância ao atirar e matar Doyle Johnson, o dono do veículo roubado. A Gangue de Clyde era mestre em transformar, desnecessariamente, um delito menor num crime terrível.


A seis de janeiro de 1933, Clyde, Bonnie e Jones assassinaram o xerife substitudo de Tarrant County, Malcolm Davis, quando eles caíram numa armadilha policial feita para outro criminoso .


Em março de 1933, Buck Barrow, irmão de Clyde, foi solto e logo se reuniu aos demais, juntamente com sua esposa Blanche. Os dois casais e o solitário Jones ocuparam um esconderijo provisório, alugando uma casa em Joplin, Missouri. Segundo o relato de familiares, Buck e Blanche estavam lá apenas para convencer Clyde a se submeter à justiça, pois não poderiam fugir para sempre. Ao contrário do que pudesse ser as intenções de Buck, o grupo tinha atitudes muito suspeitas, comprando uma grande quantidade de cerveja diariamente, em ruidosas reuniões que, com o passar dos dias, chamou a atenção das autoridades locais e a 13 de abril levou ao reduto uma patrulha de cinco homens. Logo começou o tiroteio. No confronto o detetive Harry L. McGinnis foi morto e o policial John Wesley Harryman ferido gravemente. Clyde, Bonnie, Buck, Blanche e Jones entraram no Ford V-8 e fugiram em disparada. Blanche perdeu seu cachorro, Snow Ball, nesta fuga. Ficaram feridos Buck (de raspão) e Jones (gravemente, o tiro entrou pelas costas na altura da escápula e saíu pelo peito).
Na fuga, quase todos os seus pertences ficaram para trás. Foram encontrados pelas autoridades os papéis de livramento de Buck e a certidão de casamento com Blanche, um grande arsenal de armas, um caderno de poesias de Bonnie e uma máquina fotográfica; com esta, alguns rolos de filmes. Estes foram revelados pelo jornal The Globe Joplin e renderam as muitas fotos famosas do casal de criminosos. Em especial a foto em que Bonnie Parker aparece com um charuto na boca e um revólver na mão, que logo correu os Estados Unidos de costa a costa em todos os jornais. Em poucas semanas o obscuro grupo de bandidos se transformou na gangue mais notória do país em 1933.


Em maio, Bonnie e Clyde fracassaram ao tentarem roubar um banco em Lucerna, Indiana; mas tiveram sucesso em Okabena, Minnesota. Cometeram outros delitos como o sequestro deDillard Darby e Sophia Stone em Ruston, Louisiana, durante o roubo do carro de Darby. A frieza e os  assassinatos cometidos pela gangue dos Barrows deu uma fama ruim aos outros integrantes como Raymond Hamilton, W. D.Jones, Buck Barrow e Henry Methvin. Aos poucos a notoriedade da gangue se tornou a sua ruína, pois onde quer que se encontrassem eram reconhecidos por seus crimes. O glamour que sugeria as fotos publicadas em jornais não correspondia mais a realidade. Os hotéis e restaurantes foram substituídos por acampamentos, esconderijos improvisados e muitas noites no carro à beira da estrada. A vida emocionante e feliz fora substituída por frustração e descontentamento.
Como resultado da maré ruim da gangue, a 10 de junho de 1933, Clyde, conduzindo o veículo no escuro em alta velocidade, não percebeu o sinal de alerta de uma ponte em construção, próximo a Wellington, Texas, e mergulhou numa ravina no leito seco do rio Salt Fork. O carro rolou e capotou jogando gasolina e ácido de bateria. Clyde e W. D. Jones conseguiram sair embora bastante machucados, principalmente no rosto (Clyde estava com o nariz quebrado). Quando o carro incendiou Bonnie ainda estava presa e consciente. Gritando loucamente e pedindo para que a matassem se não conseguissem tirá-la do fogo. Com a ajuda de dois fazendeiros Bonnie foi retirada já inconsciente. Como resultado do acidente Bonnie Parker teve sua perna direita queimada em terceiro grau (não se sabe ao certo se pelo ácido da bateria ou pelo incêndio provocado pela gasolina). Sua perna estava tão ruim que no fim de sua vida mal podia andar.Depois de obterem a ajuda das pessoas de umafazenda próxima e sequestrarem dois homens da lei, os três bandidos encontraram-se, novamente,com Blanche e Buck Barrow  e se esconderam emuma estância turística perto de Fort Smith, Arkansas, para tratar das queimaduras de Bonnie. A 23 de junho (1933) Buck e Jones, depois de umassalto frustrado a uma mercearia, mataram ochefe de polícia de Alma City, Henry D. Humphrey,na estrada entre Alma City e Fayetteville. Com mais este percalço, eles tiveram que fugir novamente, apesar do  grave estado de BonnieParker.


A 18 de julho de 1933, a gangue alugou um chalé em Red Crown, próximo a Platte City. O grupo nunca deixou de levantar suspeitas por onde quer que passasse. As calças largas de equitação de Blanche marcariam a lembrança de moradores locais por anos. Quando Clyde procurou bandagens e sulfato de atropina para cuidar das queimaduras de Bonnie, logo o xerife de Platte City foi chamado. O xerife contactou o capitão Baxter,que solicitou reforços de Kansas City, incluindo o carro blindado do xerife Tom Bash do condado Jackson. Às 11 horas, naquela noite, o xerifeCoffey levou um grupo de treze oficiais e mais homens da lei armados com submetralhadoras Thompson e outras armas para os chalés.Ocorreu um terrível tiroteio, mas a gangue conseguiu escapar. No tiroteio Buck foi terrivelmente ferido na cabeça e Blanche ficou praticamente cega por estilhaços de vidro decorrentes de um projetil que estilhaçou uma janela do carro no momento da fuga.
 Cinco dias depois, em 24 de julho, a gangue estava acampada em Dexfield Park, um parque de diversões abandonado perto de Dexter, Iowa. O ferimento de Buck era muito grave, suas bandagens ensanguentadas foram notadas pelos cidadãos locais e logo o grupo foi cercado poragentes da lei e cerca de cem espectadores. Novamente se encontraram sob fogo. ClydeBarrow e W.D. Jone foram baleados, mas conseguiram escapar a pé com Bonnie Parker. Buck foi baleado novamente, nas costas e não pode mais prosseguir, Blanche não o abandonou. Ambos foram capturados pelos policiais. Buckmorreu cinco dias depois, no Hospital Kings Daughters em Perry, Iowa, de pneumonia, após a cirurgia.
O trio remanescente vagou por alguns estados durante as seis semanas seguintes, fazendo pequenos roubos, apenas para se alimentar. Finalmente a 20 de agosto em Plattville, Illinois, eles assaltaram uma loja de armas e puseram as mãos em três BARs (Browning Automatic Rifle), armas de mão e uma grande quantidade de munição.
No Colorado viram um jornal que dizia que eles eram procurados por ali, então Clyde voltou para o Kansas e desceu para o Missouri e, depois, para Oklahoma e cruzou o Mississipi.
 No início de setembro, arriscaram um retorno a Dallas para verem suas famílias pela primeira vez em quatro meses.
 No final de 1933, perto de Clarksdele, Mississipi, Clyde determinou que W. D. Jones roubasse outro carro. Jones executou o serviço, mas deixou-os por conta própria e partiu para Houston onde estava sua mãe. Esta fuga lhe garantiria a vida. Depois de oito meses na gangue Barrow seus dias estavam contados. Em Houston, Jones foi preso sem incidentes a 16 de novembro. 

A 22 de novembro, um dia depois do aniversário de Cumie, Clyde marcou um encontro com as famílias em uma estrada perto de Sowers, Texas. O xerife Schmid havia montado uma emboscada e um intenso tiroteio ocorreu. Clyde e Bonnie conseguiram escapar, mas ambos foram baleados novamente; um projétil entrou pela porta do carro e atravessou os dois joelhos de Clyde e atingiu a perna de Bonnie.

Em 28 de novembro de 1933, Bonnie foi indiciada pelo assassinato de  Malcolm Davis, que ocorrera em janeiro daquele ano. Não havia mais volta também para Bonnie Parker.

O ÚLTIMO ATO

Em 16 de janeiro de 1934 Clyde Barrow, finalmente, realizou sua vingança  contra o Departamento de Correções do Texas orquestrando a fuga de Raymond Hamilton, Methvin Henry e vários outros, durante o infame "Breakout Eastham" de 1934. O prisioneiro Joe Palmer, durante a fuga, atirou no policial Major Joe Crowson; esse ato acabou por trazer todo o poder do governo do Texas e do governo federal para dar suporte à perseguição de Clyde Barrow e Bonnie Parker. O Departamento de Correções do Texas, em seguida, contatou o ex-Texas Ranger, capitão Frank A. Hamer, e persuadiu-o a aceitar uma missão para caçar a gangue Barrow. Apesar de aposentado, Hamer tinha mantido a sua comissão, que ainda não tinha expirado. Ele aceitou a tarefa como um oficial de patrulha Texas Highway, secundariamente atribuído ao sistema penitenciário como um investigador especial, e dada a tarefa específica de caçar a gangue de Bonnie e Clyde.

A 27 de fevereiro Ray, Clyde e Henry Mathvin roubaram o R. P. Henry Bank em Lancaster, Texas. O serviço foi executado sem contratempos. Nesta época estava junto do bando Mary O'Dare, mulher de Haymond. Ela foi o pivô de diversos desentendimentos, principalmente com Bonnie. Depois de algumas semanas ambos deixaram a gangue e Haymond foi preso.
Em primeiro de abril de 1934, Domingo de Páscoa, Barrow e Henry Methvin mataram doisjovens patrulheiros rodoviários, H. D. Murphy eEdward Bryant Wheeler, no cruzamento da rodovia114 com a estrada Dove perto de Grapevine, Texas. Este assassinato teve grande repercussão na mídia, principalmente depois da noiva de Murphy ter entrado em seu funeral trajando o vestido do casamento, o que atribuiu um caráter ainda mais dramático ao caso e intensificou as buscas pelos criminosos.
Apenas cinco dias depois, Clyde Barrow e Methvin mataram o policial William Campbell de 60 anos de idade, perto de Commerce, Oklahoma. O ódio contra a gangue só aumentava. Eles sequestraram o chefe de polícia de Commerce, Percy Boyd, levando-o em seu famoso automóvel, o Ford V8 1934, até cruzarem a fronteira do estado de Oklahoma com o Kansas, e só então o libertaram com um patéico pedido de Bonnie Parker para dizer ao mundo que ela não fumava charutos.


Finalmente, Bonnie e Clyde foram emboscados a 23 de maio de 1934 numa estradarural em Bienville Parish, Louisiana. O casalapareceu à luz do dia em um automóvel e foram fuzilados por um pelotão de quatro oficiais do Texas (Frank Hamer, B. M. "Manny" Gault, Bob eTed Alcorn Hinton) e dois oficiais de Louisiana (Henderson e Jordan Prentiss Morel Oakley).
Bonnie foi atingida 23 vezes e Clyde 25, morrendo ambos na hora dentro de seu Ford V8 1934, roubado.   O carro foi atingido por 167 balas de diversos calibres. Não podemos dizer que eles tiveram o que mereceram , mas é justo afirmar que eles cavaram a própria sepultura da forma mais insana possível. 




BONNIE & CLYDE, UMA RAJADA DE BALAS

Produzido pela Warner Brothers Entertainment em 1967. Teve Warren Beatty  atuado como produtor e estrelando como ator principal e Arthur Penn, como diretor.
A empresa tinha tão pouca fé no resultado da bilheteria que ofereceu a Warren Beatty, produtor novato e grande incentivador para que o filme fosse realizado, 40% da renda total ao invés do salário normal pago a um produtor. Seis anos depois, Bonnie & Clyde já havia rendido 70 milhões de dólares em todo mundo e transformado Warren Beatty em milionário.

 Bonnie e Clyde despertou intensas emoções, graças as inflamadas atuações do casal Warren Beatty e Faye Dunaway, e do fantástico elenco com Michael J. Pollard, Gene Hackman e Estelle Parsons, vecendora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 1967 por sua participação neste filme. O diretor Arthur Penn manteve a tensão constante sem crueldades (aliás omitiu muitos dos brutais assassinatos de Clyde), com imagens fascinantes, graças ao trabalho do fotógrafo Burnett Guffey, que ganhou o segundo Oscar do filme, e o trabalho de montagem de Dede Allen.
O roteiro do filme mantém certa coerência com a história real, porém dando alguns saltos a fim de caber nos 111 minutos de filmagem. Os nomes das personagens reais são alterados, exceto da família Barrow, Bonnie e do Texas ranger Frank Hamer. Também, próximo ao fim, foi desprezado o terrível acidente de carro que provocou graves queimaduras em Bonnie, as quais praticamente inutilizaram sua perna direita. No geral é um filme muito melhor do que os tradicionais filmes de gângsteres.















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