sexta-feira, 8 de março de 2024

O LOBISOMEM DE SERRA NEGRA


Em uma noite de lua cheia, sob o céu estrelado de Serra Negra, um vilarejo esquecido nas profundezas do sertão nordestino, eu, Lucas, com apenas dez anos, testemunhei algo que desafiava a realidade. Cresci ouvindo as histórias arrepiantes dos meus avós sobre criaturas noturnas, e naquela noite, o medo se tornou palpável.
A casa dos meus avós, um refúgio rústico com um alpendre que rangia ao sabor do vento, era o palco de nossas rodas de contos fantásticos. Não muito longe, um riacho serpenteava pela terra árida, seu murmúrio noturno escondendo segredos que não ousávamos desvendar. Mas essa história não é sobre o riacho e suas sombras, e sim sobre algo muito mais sinistro.
Isolados, com apenas a companhia um do outro, meus avós sempre nos advertiram sobre um homem da vila vizinha, Vale das Almas, especialmente durante as noites em que a lua se mostrava em sua plenitude. E naquela noite fatídica, despertei com o coração na garganta, ao som de cascos pesados ecoando pela estrada de terra que cortava a paisagem como uma cicatriz.
Minha mãe, Dona Isabela, com a lamparina tremulando em suas mãos, espiava pela fresta da porta, seu olhar tão fixo quanto seu silêncio. O som se intensificava, um galope frenético e sobrenatural que fazia a casa tremer. “Fique quieto, Lucas,” ela sussurrou, extinguindo a chama e revelando a escuridão. “É ele… o lobisomem.”
A criatura se aproximava, e cada passo era um trovão que estremecia o chão. Seus uivos eram um híbrido grotesco de dor e fúria, um som que nenhum animal terreno poderia emitir. E então, ele passou como um vulto diante de nós, uma sombra imensa que engolia a luz da lua.
Nunca mais dormi sozinho, sempre temendo o retorno daquela entidade. Aquele ser, seja lá o que fosse, pertencia a um mundo além do nosso, um reino onde a lua cheia não é apenas um fenômeno celestial, mas um portal para o inimaginável.

Esperamos que gostem das nossas histórias e que se divirtam com elas. Mas cuidado: elas podem ser assustadoras!

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MELHOR HISTORIA VOCE VAI VER AQUI



Vou te contar uma das melhores histórias que meu avô já me contou. A casa onde eu moro atualmente, e que é dele, fica no topo de uma pequena colina. Esta casa foi uma das primeiras construídas na área e dava para ver das casas que estavam mais abaixo do morro.

Há muito tempo, quando meu avô era jovem, costumava passar por uma casa onde morava uma senhora idosa que sempre o cumprimentava de manhã. Um dia, aquela senhora disse algo estranho ao meu avô. Como de costume, meu avô passou na casa da senhora, mas desta vez ela ligou para ele, pois precisava lhe dizer algo. Meu avô, um pouco estranho, se aproximou e a mulher disse-lhe: "Apolinar, tenha cuidado à noite, porque daqui eu vi algo chegar a ficar no telhado da sua casa e não parece ser bom".

Meu avô agradeceu-lhe e disse que iria verificar, mas nesse momento ele não acreditou muito na senhora, deixando-o com uma pequena dúvida. Naquela noite, ao voltar do campo, meu avô chegou em casa, jantou e foi para o quarto dele dormir. Enquanto esperava que o sono chegasse, começou a ouvir ruídos no telhado, como arranhões nas telhas do telhado.

Meu avô rapidamente saiu do quarto e foi para o telhado. Como a casa do meu avô foi uma das primeiras na área, havia pouca luz ao redor e quase não se via nada. Estando no telhado, viu uma sombra enorme sentada no canto da casa. Com um pouco de medo, meu avô decidiu voltar para o quarto dele para pegar sua espingarda para que pudesse acabar com aquela coisa que tinha visto.

Quando voltou para o telhado, já com a sua espingarda carregada, aquele estranho ser que tinha visto já não estava. Olhou para todos os lados tentando encontrá-lo, mas não conseguiu. Depois disso, ele voltou para o seu quarto e esperou por um tempo para o caso de aqueles sons estranhos se voltarem a ouvir, mas nada aconteceu, então é melhor dormir.

Passaram cerca de 2 ou 3 dias até que novamente à noite se ouviram estranhos arranhões no telhado. Meu avô, de alguma forma, já estava preparado para o caso de isso acontecer, então assim que ouviu esses sons, pegou sua espingarda e com um pouco de sua saliva fez uma cruz no cartucho antes de carregá-lo. Uma vez pronto, ele saiu rapidamente para o telhado. Desta vez ele conseguiu ver que aquele estranho ser estava como saltando no telhado. Sem hesitação, apontou-lhe e puxou a espingarda.

Diz que depois daquele tiro, aquele estranho ser fez um grito assustador, era como se uma mulher gritasse, mas ao mesmo tempo se ouvia como a combinação dos sons de um guajolote. Aqui na minha comunidade diz-se que bruxas se transformam em pássaros tipo guajolotes, por isso, quando meu avô ouviu aquele som que essa criatura emitia, percebeu que aquilo era uma bruxa. A bruxa voou para tentar fugir, mas quando foi ferida só conseguiu chegar a uma árvore próxima que estava atrás da casa.

Pelo tamanho e peso que tinha, os galhos da árvore começaram a ranger até que caiu bruscamente para o chão. Meu avô, ao ver aquela bruxa deitada, não pensou duas vezes e rapidamente desceu do telhado para sair de casa. Correu para onde estava e mencionou que ainda se mexia como tentando se levantar e continuava a emitir gritos horríveis.

Sem pensar, meu avô carregou sua espingarda de volta e atirou-a. Aquela criatura caiu no chão novamente. Meu avô pegou numa grande pedra que estava perto e deixou cair. Finalmente, ela conseguiu ver que ela parou de se mexer, então percebeu que eu tinha acabado com ela.

De manhã, quando saiu, queria ter certeza de que aquilo que tinha visto à noite já estava sem vida, então foi direto para a árvore. Quando ele chegou e viu aquela criatura, meu avô ficou completamente surpreso porque diz que se podia ver que parecia uma pessoa mas que tinha uma picareta curta. Tinha uns olhos enormes mas pareciam humanos, sua pele era muito enrugada e o corpo parecia de uma ave mas com membros muito grandes. Realmente era um pouco assustador esse ser.

Como pôde, enrolou a criatura em um saco, amarrou-a ao seu cavalo e levou-a para longe, abandonando-a em um barranco onde foi comida para as aves de rapina. Até hoje, essa espingarda e essa pedra ainda estão em minha casa, pois eu as guardo como lembrança das muitas histórias e façanhas do meu avô.

História de Manuel Miranda.

Esperamos que gostem das nossas histórias e que se divirtam com elas. Mas cuidado: elas podem ser assustadoras!

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